quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Poltronas vazias e um aperto no coração
Eu sei, essa prática não é de um todo positiva, estou ficando um pouco chata com essa história. Um certo pânico de convites para ir ao cinema toma conta de mim. Pessoas solitárias ficam neuróticas, por isso estou tentando me cuidar. Não quero passar de uma bem-resolvida que vai ao cinema feliz e sozinha para uma louca, neurótica que não aceita companhias...
Mudando de foco, qual foi o filme desta vez? Linha de Passe. Aquele mesmo, aclamado em Cannes, do internacional Walter Salles. Algum comentário? Nenhum, a crítica diz tudo: "Atuações tão precisas que dão um aperto no coração", Thomas Sotinel, do Le Monde.
domingo, 7 de setembro de 2008
Dreaming of Julia...
O que era para ser um comentário - vindo de uma pessoa prolixa como a que vos escreve - virou uma tese de doutorado. Sejam pacientes, é o tédio! Mas qual era o assunto mesmo? Ah claro, filmes. Antes de qualquer coisa - ou depois de muita já - na semana passada assisti a um filme italiano. Não fez meu tipo, eu realmente tenho uma paixão tensa pelos gauleses. Não que "Meu irmão é filho único" seja ruim, eu apenas não gostei. O que é muito diferente. Não me agradou o ritmo - totalmente acelerado - e muito menos os diálogos, barulhentos. Elegância zero. Entretanto, dei umas boas risadas. Boas mesmo. Eu, minha latinha de guaraná Antártica e meu super Mc Flury de Suflair. Em um programa totalmente light e solitário, assim como idas aos cinemas devem ser.
Pensando naquilo que me motivou a escrever, estou aqui para dizer que aguardo ansiosa a estréia de "Ensaio Sobre a Cegueira", ou para os mais modernos, Blindness. Já em tempos de desemprego, resolvi adquirir pela internet o célebre título do Nobel de literatura, José Saramago, junto com a biografia de Ayaan - ela mesma, do post logo abaixo. Mas, mesmo tendo uma enorme vontade de tê-los em minha humilde estante, resolvi antes ter a brilhante idéia de pesquisar no site da biblioteca da Pucrs. E, para meu completo entusiasmo - e porque não do meu cartão de crédito - ambos faziam parte do acervo da mesma. Estando eu, nesta época, em condição de aluna da Pucrs, lá fui, ao encontro dos mesmos. No final, só consegui ter em mãos Saramago, o que já valeu completamente o vale transporte do ônibus. Devorei as primeiras páginas em uma noite. Não sou uma leitora rápida não, inclusive, tenho uma manias - do tipo só parar de ler no final de um capítulo - que fazem da minha leitura algo bem nervoso e, por vezes, dramático. Mas, naquela noite de sábado, enquanto aguardava Serginho Groismann, li, e reli - é..eu releio muitas vezes uma mesma página - quase metade do livro. Apesar de algumas valas - abismos seria exagero - entre o português de Portugal e o nosso "brasileiro", a leitura é completamente agradável. A interpretação psicológica - não esqueçamos, o nome já diz tudo "ensaio" - é muito legal. Legal no sentido mais pleno da palavra...sabem? Aquela pessoa, aquele filme legalzão assim, que a gente pensa consigo mesmo, PUXA QUE LEGAL!Pois é...pode parecer uma visão idiota e medíocre para um livro escrito por um Nobel, mas para mim legal é o adjetivo perfeito. Muito melhor que maravilhoso, por exemplo.
Voltando às telas, sei que filmes sempre são decepcionantes diante de livros. Impossível um filme atingir nossa imaginação de forma plena, tal qual um livro, afinal de contas na tela vemos as imagens. Não temos chance de criar nossos próprios personagens, corta-se a capacidade do ser humano de "concretização" visual individual. O que está projetado, está projetado. Não tem mais volta. De qualquer maneira, vale a pena vermos de forma concreta aquilo que passamos dias apenas idealizando. A minha "mulher do médico", por exemplo, não tinha nada a ver com a Juliane Moore, ela que me desculpe!
Um livro sobre um fenômeno inexplicável, talvez apenas existente no inconsciente das personagens, uma loucura coletiva que leva a cegueira - talvez e, muito provável, de forma pejorativa- merece imagens. Ainda não sei se conseguirei assistí-lo no Brasil, dia 14 vou-me embora - e não é para Paságarda. Mas se tem algo ou alguém que me faz ter certeza que o ingresso vale a pena - além de Saramago, obviamente - é Gael Garcia Bernal. O pequenez ator mexicano. O mesmo pegador de "O Passado", o exato intérprete das várias faces, incluindo um travesti, em "Má Educação" e o também misterioso Kit - tá, o nome eu pesquisei - no filme que eu mais adoro, não sei bem porquê, em toda a minha existência: "Jogo de Sedução". Sim, o elogiadíssimo Ernesto Che em "Diários de Motocicleta", cujo prazer de assistir ainda não tive. Ele mesmíssimo está no elenco de Ensaio Sobre a Cegueira. SIM, paguei um pau gigante. A-do-ro. Ainda mais agora, após descobrir no wikipédia que o nanico fez um filme chamado "Dreaming of Julia"!
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Entre lagostas e salmão
Pois bem...desde julho o italiano não era manchete, mas ontem seu nome foi citado em TODOS os veículos de comunicação, por um único e irrisório motivo: ele teria comido salmão e lagosta, advindos de um restaurante chiquérrimo da Barra da Tijuca. Agora me digam, qual o problema? Sim, eu não enlouqueci. Sei que, como disse o governador do Rio, Sérgio Cabral, "zezinho deve ter o mesmo tratamento de joãozinho". Ou seja, se Cacciolas têm direito à lagosta, Josés da Silva também o teriam. Mas aí vai de cada um, cada qual escolhe o crime que mais lhe convém e o ex-banqueiro preferiu roubar money, bufunfa. Se deu bem! Se a nossa legislação não obriga o ladrão a devolver cada centavo roubado, se ele "apenas" paga através da sua liberdade - o que, na verdade já é uma merda- qual o problema do cara continuar comendo lagostinhas e salmão?
Ironias atrás de ironias, o que eu não concordo é que este assunto vire manchete nacional e gere tanta polêmica. Claro, existe toda a questão do COMO ele conseguiu, provalmente - lê-se certamente - subornou um agente lá que outro. Agora, vamos deixar a hipocrisia de lado. Com a merreca ganhada por esses caras e tudo o que eles têm de ouvir dos presos, quem de vocês, no lugar deles, não se deixaria corromper com uns bons trocados para que Cacciola almoçasse feliz? Ahh façam-me o favor. Pior que todo esse alarde, só a deixa final de todos os âncoras da televisão brasileira: "o advogado de Cacciola nega...". Êta falta de criatividade nisso!
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Quer dizer que todos católicos são como Hitler?
Eu e a Bruna decidimos pesquisar sobre o Islamismo, até porque ela teve um professor nos tempos de colégio que é mulçumano e poderia nos orientar. No final, ele acabou indo até a nossa aula para dar uma pequena palestra. É incrível como temos nossos pré-conceitos estabelecidos. Acreditamos em uma verdade de tal maneira que nada nos convence do contrário. Enquanto apresentávamos, antes do nosso convidado chegar, surgiu uma certa polêmica a respeito do suposto tratamento dado às mulheres daquela religião. Falou-se em dedos cortados, em surra e tudo aquilo que sempre ouve-se por aí. Pois foi ele chegar pra discussão cessar. Ele mostrou uma visão e disse que o grande problema está na confusão das pessoas entre a religião Islâmica e culturas. Árabe é tudo mulçumano, mulçumano é tudo do Oriente. Idéias como esta, completamente deturpadas, nos fazem julgá-los de maneira equivocada.
Não sei se foi por respeito, sei que as mulheres revoltadas da sala de aula permaneceram caladas. Quando o convidado abriu espaço para perguntas, eu tive que tomar partido e tocar no assunto "mulher". Novamente, segundo ele, tudo não passa de uma generalização errada, onde fundamentalistas, xiitas, sunitas e radicais caem no mesmo caldo que os outros mulçumanos.
Ultimamente, tenho me interessado muito por este assunto. Fui à missa estes tempos e fiquei completamente decepcionada com o discurso do padre. Sou católica, batizada e com primeira comunhão. Mas sempre fui nada ortodoxa. Na época da catequese, marcávamos novelos de lã em nossas ovelhas cada vez que íamos à missa dominical. Claro, minha ovelhinha era praticamente pelada. Acredito em Deus, não em sua personificação e todo aquele papo de barbas e cabelos compridos. Acredito - como já escrevi inúmeras vezes por aqui - em uma força maior, sei lá. Tenho fé, isso é o mais importante e acredito nas pessoas. Também sou bastante adoradora de alguns santos da minha religião. O predileto é o São Longuinho, não me deixa na mão nunca!!
Com a perda da minha crença na religião católica especificamente, tenho me interessado em ler e conhecer novas correntes, religiões e credos. Gosto bastante da doutrina espírita, mas acredito estar longe do preparo necessário para uma conversão. Na verdade, não penso em me converter. Acho que cada um tem a sua fé, não importa o nome que essa leva.
Voltando ao assunto em questão. Não quero gerar grandes polêmicas. Apenas acho que é importante nos informarmos antes de sairmos pensando bobagens. Um dos preceitos do jornalista é buscar o maior número de versões para um mesmo fato. Não é porque ouvi uma aula de um mulçumano que mudei completamente meu pensamento. Até porque, algumas idéias já estão bastante arraigadas em mim. É dificil compreendermos algo tão distante, entendermos práticas completamente fora do comum para nós. É preciso nos abrirmos para este assunto, assim como acho que outras culturas precisam estar abertas para a nossa.
Uma das frases mais marcantes daquela aula foi sobre a questão do fundamentalismo, dos terroristas e do uso da fé para as guerras. Ele falou algo como "tá, todo mulçumano é Osama Bin Laden e os Católicos? São todos como Hitler?". Realmente, nunca havia para pensar nisto. E agora vejo a mídia como uma das maiores culpadas por esses sentimentos. A imprensa coloca todos no mesmo saco, a imprensa chama de Jihad, a tal da Guerra Santa. Está na hora de nos preocuparmos com as palavras, pois elas fazem toda a diferença.
Voltando à história do Hitler, hoje estava lendo alguns sites de notícia e achei uma resenha sobre um lançamento literário: O Islã, de Paulo Daniel Farah. No livro, ele apresenta justamente a visão de um mulçumano sobre a sua religião. Procura mostrar a problemática da generalização e do preconceito. E no trecho transcrito cita justamente esta comparação entre mulçumanos e católicos, usando o nome de Hitler. Para quem se interessar: http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u338745.shtml
Mas, como falei anteriormente, tudo tem dois lados. Ou mais. Eu, particularmente, acredito haver um exagero por parte do povo Ocidental quando o assunto é Oriente e religião Islâmica. Entretanto, nunca estive perto para saber realmente o que acontece. Assim, ao menos por enquanto, só a leitura das mais diferentes visões poderá ao menos fazer com que possamos opinar sobre o assunto.
Há algumas semanas, esteve no Fronteiras do Pensamentos Ayaan Hirsi Ali, escritora nascida na Somália, conhecida pelas críticas ao Islã. Molestada ainda na infância, Ayaan vive cercada por seguranças, com medo, em uma verdadeira prisão. Sua pior e mais concreta ameaça de morte foi em novembro de 2004, quando o cineasta Theo van Gogh foi morto a tiros em Amsterdã por um marroquino, que em seguida o degolou e lhe cravou no peito uma carta em que anunciava sua próxima vítima: Ayaan Hirsi Ali. Os dois foram responsáveis pelo documentário Submissão, no qual há uma crítica veemente ao tratamento das mulheres daquela religião. Para que também estiver a fim, este é o link do documentário, retirado do site do Fronteiras: http://www.fronteirasdopensamento.com.br/fronteiras-do-pensamento/multimidia/
Entre muitas dúvidas que ainda tenho sobre o assunto, uma coisa eu tenho certeza, não podemos falar sobre aquilo que apenas assistimos na televisão, sob o olhar de um repórter. Precisamos aprender, precisamos nos educarmos para aceitar as diferenças. Não é fácil, muito pelo contrário. Não basta publicar uma campanha contra o preconceito. Esse processo é lento e, talvez, nunca entendamos o outro. Compreender é praticamente impossível. Basta respeitar.
terça-feira, 8 de julho de 2008
Enlouquecidamente, o meu dia
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Olha o bombom de licor filho!Não toma tua homeopatia!!
No caso do Brasil, onde as leis são mais um monte de letras em uma folha de papel, acho que essa é a melhor saída. Eu não dirijo e entendo aquelas pessoas que vão para um churrasco de domingo e gostam de beber uma ou duas cervejas. Compreendo também a decadência dos famosos happy hours, onde ninguem saía necessariamente bebado, apenas relaxava com um chopp após um dia inteiro de trabalho. Acontece que a tolerância já existiu, porém não foi cumprida. Agora, o povo reclama. Agora, é tarde.
Acredito que tudo é uma questão de costume e mudanças de hábitos. Ninguém vai morrer - muito antes pelo contrário e esta é a proposta, salvar vidas - por ter de pegar um táxi. É caro? Praticamente o mesmo valor de qualquer estacionamento ou flanelinha por aí, basta arrecadar algumas companhias. Os restaurantes já estão encontrando alternativas para seus clientes como o transporte com vans que podem custar apenas R$8,00 - ida e volta - dependendo da localização da sua casa. Na europa, algumas empresas são especializadas em resgate de bebuns. A criatura vai pra noite com seu carro, pendura o número do resgate no pescoço e bebe feliz. Lá pelas tantas, os outros festeiros solidários chamam uma motinho. Surgem dois carinhas, um se apossa do seu carro e te deixa em casa seguro. O outro segue o carro e resgata o próprio resgate. Simples assim. Nem dói.
A única coisa que me indignou até o momento é o fato dos taxistas não colocarem 5 pessoas em um carro. Era só o que faltava os policiais pararem os taxis em uma blitz. Poxa, é pra seguir a lei ou não hein??A gente tenta!
sábado, 28 de junho de 2008
A melancia podre da feira
Como se não bastasse essa cultura bundística rídicula do nosso país, onde uma buzanfa vale muito mais que um cérebro, agora, ainda por cima, nem a bunda em questão presta. Isso que eu nem vou entrar no mérito (mérito?) dos apelidos das chinelonas que fazem sucesso nas capas de revista por aí, a salada de frutas - estragada - é grande.
Será que só eu vejo uma obesa refestelada montada numa bicicleta? Será que os comentários maldosos que as mulheres fazem sobre as outras, neste caso, são apenas maldosos mesmo? Eu não vi as fotos da Playboy e nem pretendo ver. Mas que deve ter sido usado muito Photoshop, isso eu tenho certeza. Não deve nem ser Photoshop mais, deve ser algo muito mais moderno e potente! Mulher bonita até eu admiro. Quando aparecem fotos da Grazi na praia vendo o Cauã surfar até eu fico de queixo caído. Aquilo sim é corpo bonito, ela sim é linda. Agora, MELANCIA?Bota mulher feia nisso!!
sexta-feira, 27 de junho de 2008
A VIDA É LINDA DE VIVER
Estaria eu muito empolgada?Em êxtase total?Completamente. Porque esta frase é absurdamente simples, mas verdadeira. Quando paro pra pensar, tudo é tão perfeito, as coisas se encaixam. Olhe pela janela do carro e observe a natureza, existe alguma coisa igual?Sei que não é bom refletir demais a respeito do sentido de tudo; um dia acabamos loucos. Porém, vale a pena levantar as mãos pro céu e agradecer cada minuto vivido. Fazer o que se tem vontade - quando há essa possibilidade- é a melhor coisa da vida. Com os erros aprendemos e assim crescemos, por isso de nada adianta arrepender-se.
Neste minuto, a maioria das minhas amigas deve estar pensando, ok, ela está vivendo um momento emocionante, logo passa. Não deixa de ser verdade, mas tem um pinguinho de mentira. Pois não é algo ou alguém que deve nos deixar rindo à toa. É a vida. Parece até um quebra-cabeças, a realidade é mesmo surreal. O destino então...mas o que é o destino?Isso eu deixo para uma próxima oportunidade...
Olhe pro lado e pense em tudo que você já passou, com certeza, cada minutinho valeu a pena. Por isso, sejam felizes, porque A VIDA É LINDA DE VIVER!
Ai...quanta emoção hahaaha
terça-feira, 17 de junho de 2008
Simplesmente Castro
Encontrarmos uma pauta parece a tarefa mais árdua do jornalismo, quando, na realidade, ela está em todo o lugar, em todos que nos cercam. Ao entrar em um táxi, na Avenida Carlos Gomes, percebi que o responsável pela condução do veículo tinha algo especial.
Pessoas que falam demais são, muitas vezes, inoportunas. Ter que ouvir sobre a vida do outro, sem ter questionado sobre a mesma, parece cansativo e desinteressante. Pois desta vez não o foi.
Natural de São Gabriel, o senhor de cabelos tingidos ao estilo Grecin 2000 e cuidadosamente moldados para o lado direito, já no início da corrida, virou para o banco de passageiros e com um largo sorriso, arriscou o primeiro assunto. Com a voz rouca falou: “Eu tava ali só cuidando, vi que nenhum táxi parou, eu não sou bobo, me adiantei”. A expressão daquele olhar risonho cativa qualquer um.
Quando um carro se atravessa na frente do veículo, no trânsito que beira o caos,
A partir deste momento, sua vida e seu passado são desvendados em um percurso que não precisaria ter fim, mas que acabaria logo na Osvaldo Aranha. Ex-tenente das Forças Aéreas Brasileiras, o senhor de pele morena está vestindo um blazer de veludo. Segurando firme a direção revestida de couro marrom, ele divaga sobre o povo brasileiro. Com um bom salário que a Aeronáutica o garante, ele afirma não necessitar deste trabalho para sobreviver. Mas não consegue entender como alguém pode ficar em casa, podendo viver melhor, ganhar mais dinheiro.
Aos companheiros de profissão ele manda um recado: “ Me chamam de nego pão-duro, mas no final, quem aproveita sou eu. Eles fazem festa, não têm dinheiro e suas mulheres pesam 100kg. Eu sou casado com uma polaca desde os 15 anos que pesa 54kg, tenho duas filhas formadas e no final de semana pego meu carro e vou para a minha casa na praia.”
Criado por uma família de alemães, o ex-aviador era de família pobre. Sua mãe o entregou para Luiz, um alemão que nunca dera um sorriso. Mas, que garantiu oportunidade de uma vida melhor ao menino. “Entrar para o exército sendo negro era coisa rara, mas o alemão disse que eu não seria faxineiro”, conta orgulhosamente o simpático homem.
Para ele, nordestino é sinônimo de vagabundo. Quando sobrevoava a região, percorria campos de irrigação, de fazendeiros ricos e, logo em seguida, deparava-se com a seca e a pobreza do povo miserável. “Pura vagabundagem, não abriam valas porque não queriam”. Apesar de achar alemães e italianos bastantes frios, admira o povo pela sua luta: “Estes sim são trabalhadores”.
Apesar da faceirice, há um nome que lhe causa aborrecimento, Luis Inácio Lula da Silva. Tal desgosto pode ser constatado pela alcunha conferida ao chefe de estado: “sapo barbudo”. Ainda assim, um recente aumento concedido aos militares parece ter melhorado a imagem do presidente junto ao esperto senhor. Não à toa, o aumento concedido ficou em média de 47%.
Quando o taxímetro marca R$10,00, chega ao fim a “carona”. Uma história de vida, narrada em alguns minutos, que se vai pela Felipe Camarão. Quando pergunto seu nome, ele se apresenta: Castro. O primeiro nome não deve ser importante, especialmente para um ex-milico. Cordialmente, aqueles olhos sinceros e apertados se despendem. Fica a vontade de querer saber mais. Encontrar novas histórias de vida de algum outro anônimo que tem como fama a realização pessoal.
sábado, 7 de junho de 2008
Panfletos, panfletinhos e panfletões
Todos os dias me pergunto qual o sentido de toda essa papelada. Gostaria muito de entender o porquê deste tipo de publicidade. Eu juro que eu penso nas milhões de árvores cortadas para a confecção destas porcarias.
Queria que alguém da área, um colega da Famecos, pudesse me explicar como as empresas decidem fazer este tipo de propaganda. Não tem como funcionar. A cada 100 panfletos, panfletinhos ou panfletões, 99.5 a gente coloca fora, até mesmo antes de ler. Será que ninguém vai se dar conta disso? Vale tanto assim? Deve haver uma pesquisa sobre o assunto que demonstre a total ineficácia dessa "estratégia"; eu sei que tem. Por favor, lojas, marcas, supermercados e serviços do meu Brasil: desistam!
Vamos pensar nas conseqüências, ou melhor, nas más conseqüências de tudo isso. Pedreiros, encanadores, concetadores de fogões, digitadores de trabalho conforme as regras da ABNT, compradores de computadores usados, desbloqueadores de celular, pintores e Magaiveres: DESISTAM!
quinta-feira, 5 de junho de 2008
terça-feira, 3 de junho de 2008
Sobrou até para a instituição de caridade
Existem mistérios que beiram a ficção como o caso Daudt que nesta quinta-feira será prescrito. Ou seja, entra para a história, sem solução. Qualquer um poderá se confessar assassino, não haverá punição, pois estarão fechadas duas décadas desde que o mesmo aconteceu. Coincidentemente, a minha idade. É a chance para alguém ficar famoso, quem sabe não é uma boa hein?heheh Vai saber...tem gente pra tudo!
Boa a série da Zero Hora, até mesmo eu, que na época não tinha nem um mês de vida - precisamente 20 dias- gostei de saber mais sobre o acontecido. Mas, uma outra matéria me chamou mais a atenção na edição de hoje: o assalto a uma instituição de caridade. Simplesmente nada a declarar. A bandidagem chegou no seu ápice. Deixo o link para vocês tirarem suas próprias conclusões: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a1928489.xml&template=3898.dwt&edition=9991§ion=69
O pior de tudo é que no sábado eu estava na igreja, muito beata que sou, tá com isso não se brinca, eu sei. Bom, estava lá na missa e me veio um pensamento, daqui a pouco vão começar a assaltar pessoas na hora da missa. Não sei da onde me veio essa "idéia", mas já imaginei todas senhorinhas de cabelos brancos como refém. Infelizmente, parece que não estamos muito longe disso.
sábado, 31 de maio de 2008
Iberê Camargo: existe uma parada...próxima
As matérias são escritas em um português muito mais claro que o imaginado. O público-alvo deve até ser uma camada mais restrita da sociedade, mas nada nos impede de tentar. Alguma vez tive esta brilhante idéia e gostei. Longe de ser uma amante incondicional de livros, uma profunda entendedora de literatura, eu, uma estudante comum em nível universitário, "perco" um tempinho com isto. Confesso que não leio todo o jornal, mas tenho uma ótima explicação para isso: um dos meus trabalhos, durante a semana, é taxação de jornal. Folheio as páginas de quatro diários de Porto Alegre, o que me fez pegar "certo" asco às folhas cinzentas. Minhas mãos ficam imundas. É nojento. Porém, não estou congelando meus dedos nesta friaca gaúcha para falar exatamente sobre jornal. E sim sobre o conteúdo que hoje absorvi do mesmo.
O tema central do caderno é a Fundação Iberê Camargo. Nas páginas que seguem há explicações sobre a arquitetura do prédio - motivo de orgulho para a cidade, já que, ao que tudo indica, a capital acaba de entrar no circuito internacional com a enigmática obra de Álvaro Siza. em seguida, podemos conhecer melhor a obra do artista, além de saborear uma entrevista com a viúva, Maria Camargo.
Não entendo muito sobre o assunto, mas, trabalhando há mais de um ano em um escritório de arquitetura e tendo uma mãe interessada no assunto, posso dizer que não sou de um todo leiga. Admiro esta arte - para mim, arquitetura é arte - do início ao fim. Pela fotos que já vi, a construção é mesmo impressionante. Sem contarmos toda a questão sustentável do projeto. As soluções são interessantes e, ao mesmo tempo, simples.
Devo dizer também que, antes de todo alvoroço provocado pela inauguração do museu, eu não sabia muito sobre a obra de Iberê. Ter uma mãe que foi professora de artes por mais de 25 anos ajuda e muito. Nomes de artistas, escolas e influências foram sempre muito presentes na minha vida. Na época da fita de vídeo, muitas vezes acompanhei minha mãe escolhendo aquela que seria passada para a turma, em sala de aula. Eram vídeos sobre Van Gogh, Picasso, cores quentes e frias, expressionismo e tudo mais. O nome de Iberê parecia-me bastante familiar, ao contrário de sua obra. Através da reportagem de Zero Hora, hoje posso dizer estar muito mais "por dentro" do assunto.
E, justamente esta matéria, me despertou a vontade de conhecer o local. Não costumo ir a museus. Aliás, isto é um fato interessante. Quando viajamos vamos a museus como loucos. Podemos estar em Cacinbinhas que achamos o Museu do Salame que seja para conhecermos. Em Paris, fui até mesmo no Museu de História Natural. Tá, macacos e ossadas de dinossauros até que não são tão chatos, mas não me atraem nem um pouco. Retornando à Porto Alegre, continuamos na vida de sempre.
Já fui no Margs, conheço o Santander e o Centro Cultural CEEE. Entretanto, posso contar nos dedos quantas vezes passei por estes lugares. Trabalho na Secretaria de Cultura e a todo momento exposições novas estão à disposição do público, gratuitamente, na Usina do Gasômetro. Me pergunte a quantas delas assisti?Provavelmente, nenhuma. É uma vergonha, somos uma vergonha.
Claro que ao museu da Padre Cacique irei. Parece impensável não ir. Bom, vendo pelo lado positivo, é melhor que nada. Mas foi justamente quando pensei na minha programação cultural que me deparei com uma grande questão: o transporte público. Parece piada, mas infelizmente é a realidade. A cidade recebe uma obra desta magnitude, com investimentos de 40 milhões. A mídia investe na divulgação. Todos estão contentes, orgulhosos e certos de que agora finalmente Porto Alegre caminha para a tão sonhada capital da cultura. A esperança de que a população se empolgue com a novidade e comece a se interessar e mesmo se acostumar com arte é totalmente cabível. A entrada gratuita do museu é um incentivo. Encontramos apenas um único e "insignificante" probleminha: não existe transporte público até o local. No jornal há um box onde é possível saber quais linhas de ônibus nos levam até Iberê Camargo, perfeito, até lermos um detalhe. "Existe uma parada próxima ao museu, na volta a pessoa deve se dirigir até blábláblá". O que seria próxima?Para uma pessoa de 60 anos próxima pode significar a 30cm, para um maratonista, a 30km. Na volta, temos de caminhar até o Big Cristal.
Vocês podem pensar que o público do museu tem carro. A venda de veículos no Brasil aumenta a cada mês, não à toa caminhamos, se já não estamos, para o caos dos engarrafamentos diários. Tudo isso é verdade. Mas também é bem verdade que muitas pessoas dependem do transporte público. Eu mesma sou um belo exemplo, minha família não possui carro. Não, não somos de outro mundo. E garanto que pegar ônibus todo o dia não dói. Tá, um pouco, T9 às 18h não é legal, mas enfim. O que me indignou foi a falta de preocupação com esta simples e importantíssima questão. Querem que o povo adquira hábitos culturais. Como? Se nem mesmo o acesso até esses temos.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
PETITE
Acreditem, eu tinha errado o nome do meu próprio blog!hehe Acontece...Explico-lhes.
Quem tem uma noção de francês sabe que as palavras mudam conforme o gênero. Geralmente quando é feminino tem um "e" a mais. Portanto, petit, no caso de uma moça pequena é petite. Petit de gateau, aquele que vocês comem no Habib's ou no River, para os mais conceituados, é sem "e" mesmo. Porque seria "pequeno bolo", ou bolinho como brasileiro gosta de dizer.
Sendo assim, "bestiole" que significa besta merece um "pequeno" feminino, ou seja, pequena, ou seja, petitE. hehehe
Confusões língüísticas deixadas de fora, informo-lhes o novo e correto endereço do meu blog: www.petitebestiole.blogspot.com
Agora sim, uma "bestinha" legítima!hehehe Aproveitando o ensejo, a escolha do nome se deu apenas pelo fato da escrevinhadora deste blog gostar da expressão. Tive um professor de francês do Congo, África, que uma vez explicou o que eram "petites bestioles", jamais esquecerei a cara dele e o português meio torto dizendo: é...são "bicinhos", pequenas bestas!!
domingo, 11 de maio de 2008
Abaixo da cintura ela não detecta.
Não falo baseada em dados concretos, em pesquisas realizadas por centros que medem o estresse nosso de cada dia, falo por experiência própria. Não sei se os assaltos a bancos diminuiram significativamente com a colocação destas giringonças, pode até ser que sim. Mas, pelo o que sei, as portas feitas para barrar objetos de metal jamais impediram, de fato, o ato de ladrãos.
Não existe coisa mais estressante que tentar entrar e sentir a porta trancada. É muito irritante, dá vontade de quebrar tudo!Para os homens nem é muito trabalhoso tirar uma chave e um celular do bolso. Agora para as mulheres...ainda mais que a bolsas gigantes são a última moda!A gente soca tanto badulaque dentro de uma bolsa-mala que fica inviável tentar lembrar de tudo o que é de metal, isso quando a própria não tem uma fivela ou um detalhe metalizado.
O povo entra, tranca, volta, sai, tira guarda-chuva, chave, chaveirinho, chaveirão. É celular, grampo, isso, aquilo e mais um pouco. Quando nos damos conta estamos praticamente em uma revista íntima de um presídio.
As máquinas são burras e programadas. Não carregam consigo uma bagagem cultural, não têm capacidade de discernimento e não entendem nada sobre preconceito. É bem verdade que, para se estabelecer a ordem precisamos de regras, normas. Fica difícil estabelecer-se organização em uma sociedade através de privilégios. Entretanto, creio eu, devemos aplicar regras eficazes. O paradoxo na nossa sociedade atual, pelo menos na brasileira, é justamente a inversão da aplicação dessas normas.
Cidadãos de bem - ao menos no que se refere ao assunto violência - pessoas comuns que pagam seus impostos e trabalham suado para sobreviver. Sim, estou falando de classe média, povo rico não vai a banco. Povo chique é outra coisa!Essas pessoas são submetidas a verdadeiras humilhações cotidianas. Somos obrigados a deixar toda a vida em uma caixinha de acrílico para adentrar em um banco e poder pagar as contas. Nos escondemos atrás das grades como verdadeiros marginais. Vivemos acuados e com medo do perigo.
Mudei o rumo do post, pois ficarmos trancados, impedidos de entrar em um banco, vai muito além do estresse, é o rebaixamento do ser humano. Só escrevendo sobre isso comecei a me dar conta. Não falo nada de novo, há muito tempo se discute esta inversão, o fato da sociedade viver numa prisão. Este assunto é muito mais complexo que um simples post, sinceramente, não vejo soluções, pelo menos a curto e médio prazo.
Só não entendo por que ainda somos obrigados a girar loucamente em uma espécie de cápsula seletiva, se os bandidos fazem o que querem e quando querem!Parece que o treco não tem a capacidade de captar metais quando esses estão abaixo da nossa cintura. Não estou dando uma dica para os ladrões, eles estão careca de saber e colocar as armas nas pernas. Até a minha mãe utiliza a técnica de abaixar a bolsa para não se estressar!
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Só para constar
Não cheguei a cair em um sono profundo; tiveram momentos que eu até consegui escutar as falas e entendê-las mesmo de olhos fechados e pescoço caído - dentro das possibilidades, evidente.
Perdi cenas e mais cenas; nada tão prejudicial para o entender da carroagem. Mas perdi. Fiquei de cara comigo mesma, mas foi incontrolável. Falta de controle no último grau da escala-efeitos-colaterais-da-picada-da-mosca-tsé-tsé (vide post anterior). Meu irmão disse que não vai me levar mais no cinema.
Só me resta um conselho: nunca vá ao cinema antes das 17h, quando tiveres acordado antes das 8h.
Meu único consolo: vi início, meio e fim. Consegui entender o roteiro.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Óculos escuros e um autocontrole nos membros
Nos tempos do bom e velho Rosarião, eu tentava me concentrar e prestar atenção na minha aula de física. Esforço em vão, tentativa inútil. Sentava na frente, praticamente grudada no quadro-negro-verde e não parava de pestanejar. A voz da professora era o que existia de mais sonífero na face da Terra. Era ela começar a falar em MCU, MRUV pra criatura aqui começar a sonhar. O pior de tudo, na cara dela. Mesmo assim, nunca desisti. Passei o ano inteiro sentando no mesmo lugar, segurando a caxola nas palmas das mãos. Não à toa, quase rodei no outro ano, no fatídico "terceirão". Sim, eu quase rodei. A mais pura e cruel das verdades amiguinhos, mas no Rosário o povo roda no terceiro ano.
Mas por que mesmo eu lembrei de todo meu sono escolar? Ah sim, por causa do T9 de ontem. Ok, era 17h30 da tarde, fazia aquele tempinho cretino à la London e o bus estava quentinho. Quentinho gostoso, não aquele calor de suar o bigode que sentimos ao entrar nos lugares que utilizam ar-condicionado marcando 30º graus no inverno. Para começar bem, a cobradora estava dormindo. Pobre tia, ficar parada ali deve ser um saco. Tédio mortal. O problema é que a roleta precisa ser liberada, foi mals, tive que dar uma respirada mais profunda, fazer aquele "cof-cof" simpático. Milagrosamente, após girar a catraca, consegui um lugar para descansar o corpinho. Na janela!Incrível!
Péssimo. Um polaco sonolento senta-se ao meu lado. Eu nem tinha percebido que o cara estava com sono, até a primeira "roçada" na minha perna. Até aí, tudo certo. Mas ele tinha um distúrbio. Certamente, trocou o amolecer de pescoço pela abertura de pernas. A cada "pescada", uma roçada. E assim eu fui, da Encol até a Puc. Não foram 1, nem 2, nem 3 vezes! Eu juro, senti muita vontade de dar um tapa na cara dele.
Não costumo ser TÃO agressiva assim, sequer já dei um tapa na cara de alguém, acho isso horrível, mas que deu vontade, deu. Já estava visualizando a cena, eu virando com tudo, enchendo a mão e dando uma na orelha do cara. Não sei como, me controlei. O espaço disponível para tal ato violento não era dos melhores. Mais fácil quebrar a mão que acertar o cara.
Sono é incontrolável, mas a minha perna não é encosto!Da próxima vez, ele que aprenda a malandragem do busão: óculos escuros e um autocontrole nos membros.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Nossa noite de Bebel...
Foi no sábado, Bruna e Sandra me convidaram para ir numa noite bombante. A promessa de boa música, pessoas bonitas, bacanas, corpos sarados e suados, foi tentadora. Além de todas as qualidades citadas anteriormente, o evento seria à fantasia. Adoro!Não existem festas mais legais que essas. É pra se fantasiar?Tô dentro!Acho que nasci pra ser atriz...ou palhaça de circo mesmo.
Mas, tinha um detalhe. A srta. Bruna explicou que era para se inspirar em Cabaret. Inspirar, compreenderam?Uma meia arrastão daqui, uma pluminhas dali. Não sei o que passou pelas nossas cabeças. Creio que precisávamos libertar as mulheres promíscuas que estavam guardadas dentro do nosso âmago. Sei que resolvemos libertar a Bebel que existia em nós. Chutamos o balde.
A título de visualização, eu estava com um micro vestido jeans, uma meia arrastão, uma bota de bico fino, batom vermelho e outros acessórios prostitutos. As duas não estavam muito diferentes.
Ligamos para o tio Rogério - grande Rogério, nosso ilustre taxista- e nos tocamos para a Zona Sul. Depois de rodarmos (o carro, que fique claro) o bairro todo, de eu descer num posto trajando vestes profanas e conseguirmos exatos R$58,00 no taxímetro, chegamos à bendita noite.
Altas decorações, anfitrião vestido de Jonny Walker ( e eu ainda berrei emocionada:Willy Wonka!Que gafe...), musiquinhas estilo anos 20 e os convidados. Ah os convidados!Todos muito produzidos, fantasias chiquérrimas, penteados nos cabelos das mulheres, homens de suspensórios e chapeus. Captaram o drama?Sim, éramos as putas pobres da história.
Mas, não nos abalamos, resolvemos assumir nossas identidades e seguir o baile. No final, foi muito divertido e nem lembrávamos das nossas roupas - se é que podemos chamar aquilo de roupa.
Ah gente, na verdade mesmo, fizemos foi uma releitura moderna dos antigos Cabarets, as pessoas que não entenderam...hehe
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Entre Baryta, Coristinas D e sucos de laranja
Temos ainda uma outra variante, a alergia. No meu caso, ela é muito mais nociva que uma temida gripe (uma, não "a", vocês sabem quantos vírus de gripe existem por aí?impressionante!). Nunca ousei fazer o teste das picadas, aquele que o médico injeta tudo que é passível de provocar alergia nas pessoas como pêlo de gato, abelha, pólen e assim por diante. É uma quantidade pequena desses "venenos", apenas descobre-se o quão alérgico você é, ninguém morre nesse teste. Mesmo assim, não me arrisco. Me contento com as minhas 1000 alergias, 1001 seria demais pra mim!
Fiz uns exames quando consultei uma alergista e foi constatado: sou ultra-mega-bluster-master alérgica à poeira. Exato. E, para completar o quadro, tenho alergia também à mudança de temperatura. Agora, realizem Carolinas, realizem! O que uma pessoa alérgica à poeira pode fazer para sobreviver?No mínimo, viver em uma bolha, isolada de tudo e de todos! E o que fazer com a alergia de mudança de temperatura? No mínimo, mudar-se de Porto Alegre. Infelizmente, enquanto minha casa no Nordeste não fica pronta, terei que tentar continuar lépida e faceira, mesmo vivendo numa cidade aonde, principalmente durante outono - olhem que maravilha, estamos nessa estação - e primavera, a temperatura chega a variar de 15 para 27 graus em poucas horas. Xuxu beleza!
Já encontrei um remédio - indicado pela mesma alergista dos tais exames - que consegue me dar uns dias a mais de sobrevivência nas condições úmidas desta cidade. Tomo uma cápsula por dia e, mesmo assim, cá estou em meu estágio, trajada com um abrigo - daqueles que a gente usa quando pretende estender o conforto do pijama por algumas horas - ao lado de uma colega de trabalho que usa blusa de alcinhas!Tenho ao meu lado direito um rolo de papel higiênico e, logo abaixo da mesa do computador, um lixinho. Nem preciso descrever para quê.
Só pela manhã já tomei Baryta, suco de laranja adoçado com mel - segundo a minha mãe, profunda conhecedora dos benefícios de cada alimento, mel é antibiótico - Cepacaína (pastilha para garganta) e Coristina D. Até sair de casa foi complicado, o cobertor não quis ser solidário comigo. Ele, a cama e o travesseiro não entendem que eu preciso trabalhar, definitivamente. Gosto do inverno, mas se é para ser frio é para ser frio oras bolas! Usar sandálias já não dá mais, a menos que alguém curta congelar os dedos, e bota esquenta as canelas, depois das 11h.Coisa mais sem graça é o povo caminhando por aí com 200 casacos na mão ao meio-dia. Estação mais deselegante essa.
sábado, 19 de abril de 2008
Caso Isabella - a salvação dos problemas brasileiros
O caso parou uma nação, o acontecimento é uma pauta de extrema relevância e eu, assim como muitas mulheres e, principalmente, aquelas mães, ainda estou chocada. Porém, a imprensa está errada.
A notícia merecia grandes reportagens e coberturas. O julgamento poderia até gerar um Plantão da Globo, mas houve exagero. Houve exagero na Recorde, onde até maquetes reproduzindo o local do crime foram criadas para o programa do Superpop. Deixemos de lado a qualidade do mesmo e de sua apresentadora, esqueçamos o lado positivo da saída encontrada para que se produzisse algo diferente na mídia. Prestemos atenção na maneira como as coisas foram conduzidas. Jornalistas viraram investigadores criminalísticos e discussões baseadas em dados não concretos só levaram o espectador a mais dúvidas.
A população ficou sensibilizada de uma forma geral, portanto a menina mereceu sim todas as homenagens prestadas desde a sua morte. A mãe precisava de palavras de carinho, de conforto. Assim como essa mesma população aguarda o veredito final, parece que há um sentimento de justiça paira no ar. Mas a imprensa errou.
Eu me pergunto, quantas crianças são assassinadas por dia no Brasil?Quantas crianças não sofrem mais que Isabella na hora de sua morte?Minha intenção não reduzir o sofrimento da menina ou torná-la uma estatísca. A minha dúvida é: porque esse bombardeio de informações em volta de UM caso, quando temos milhares de outros a nossa volta?
Sabemos que a violência se torna mais relevante, vira "mais" notícia quando atinge determinada camada social. Esse é o grande equívoco. Existe a pré-disposição do pobre ao trágico e ao desvio de conduta. Explico.
Aqueles de classes menos favorecidas, com condições (?) de vida mais precárias têm maiores justificativas para cometerem determinados atos. A sociedade acaba perdoando um menor infrator, se esse for pobre, sem pai, com a mãe prostituta. Enfim, se não existe uma família "convencional", se esse menor não recebeu o suporte para formação de seus valores, ele tem grandes chances de seguir pelo mal caminho e isso não nos espanta. Um homem desempregado, com problemas de alcoolismo e traído pela esposa pode matá-la com 20 facadas. Não, ele também não pode, ele é tão louco e descompensado quanto Alexandre Nardoni, mas, teoricamente, suas justificativas são mais válidas, mais aceitáveis.
Minha comparação foi extrema, o caso de Isabella choca por ela ser com uma criança e choca muito mais pois não é todo dia que alguém é atirado do 6º andar do prédio. Só que chegou uma hora que cansou. O limite do sensacionalismo foi ultrapassado. O desenrolar da história está sendo demonstrado na imprensa de uma maneira tão detalhada e exaustiva que irrita. Não sei se mais alguém tem esse sentimento, mas eu começo a pensar que ela morreu, o pai e a madrasta foram os culpados, mas chega, não temos mais o que fazer, ela está morta. Isso é simplesmente horrível e me sinto uma pessoal fria, sem sentimentos, quando penso assim, mas foi justamente a imprensa - meu futuro campo de atuação - que provocou o mesmo em mim.
Fotos e vídeos da menina quando viva são mostrados há todo o instante. Não há espaço para descansarmos, não deve haver forma da mãe assistir televisão. Há 19 dias os telejornais são abertos do mesmo jeito, com a chamada para o "caso Isabella". E o mais impressionante, na maioria das vezes as informações não têm caráter de novidade, apenas repetem-se. Evidente, concorrência é um fator determinante em jornalismo, não sejamos utópicos. Mas tudo tem um limite.
A Zero Hora publicou durante pelo menos 1 semana páginas inteiras a respeito do crime. Infográficos, fotos e reproduções gráficas foram usadas para preencher as colunas do veículo. Era necessário a utilização de uma página, mesmo que nessa o leitor não encontrasse nenhuma informação nova? O jornal O Sul publicou ontem, data do aniversário da menina, um editorial em homenagem à Isabella. Palavras bonitas e tocantes preenchiam as linhas. Era de ficar arrepiado e ficar em prantos, mas por que só Isabella merece tudo isso?
Está na hora de pararmos para pensar que talvez este caso não seja tão isolado assim. Até a menina de 12 anos - vejam que eu sequer lembro seu nome - que era torturada por sua mãe adotiva foi deixada de lado. E o menor que apavorou Novo Hamburgo por sua frieza na hora de confessar, segundo ele, 12 assassinatos?Onde estão os outros problemas do Brasil? E a política que tanto "dá o que falar" em Brasília? Tudo foi esquecido.
Caso Alexandre e Anna Carolina sejam condenados, tenho certeza que ficarão presos, apesar das condições financeiras para que isso não aconteça - sabemos a diferença que a grana faz em um julgamento. A população determinará essa condenação, ou acabará fazendo justiça com as próprias mãos. Para mim, a pior condenação é a culpa que ambos carregarão para o resto de suas vidas. Ao menos o pai que, apesar de tudo, parecia amar a menina.
Sorte dos outros tantos assassinos, impostores, ladrões e corruptos do nosso belo país, estes sim estão vibrando com a cobertura da imprensa. Estes estão livres da pressão da sociedade, do julgamento da população e da fúria dos protestos. Esses "só" têm de se entender com as próprias consciências.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
It's over
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Estamos perplexos
Poderíamos dizer: cada um com seus problemas - ou "cada um com seus pobrema" como diz o título do monólogo de Marcelo Médici, sensacional por sinal. E, realmente, cada um sabe dos seus problemas e o tamanho dos mesmos, afinal TODOS passamos por momentos difíceis, não importando a escala de dificuldade em que esses se encontram. Porém, existem determinados acontecimentos tão graves e inexplicáveis que podem comover uma nação. Como o caso da menina Isabella.
É impossível entendermos as razões para tais atrocidades serem cometidas. Não existem justificativas cabíveis para que uma criança sofra o que ela sofreu. Um ser inofensivo, sem a mínima capacidade de defesa, por quê? A hipótese do pai ter cometido tal crime não me é aceita de maneira alguma. Já vimos inúmeros casos, inclusive de mães que espacam, assassinam, atiram seus filhos em lagoas, mas torturar? Geralmente é cometido UM ato de crueldade, errado, é claro, mas louco e impensado - o que, vejam bem, não justifica. Agora, espancamento, esganamento e "arremeço" pela janela? Parece história fictícia de um filme de terror.
Esse fato comove o país há mais de uma semana e não teria como ser diferente. É algo macabro e as pistas que surgem a cada dia parecem fazer parte de um jogo. A cada nova reportagem mostrada na televisão, parece que tiramos mais uma ficha do jogo Detetive. Irrealidade pura. Antes fosse.
Jornalistas ficam comovidos e segurar as lágrimas nos olhos exige um esforço sobrenatural. Estamos todos chocados e perplexos. Até eu, que ainda não sou mãe, coloco-me no lugar da mãe de Isabella a todo instante. Ela simplesmente não deve estar assistindo televisão. Seria muito massacre acompanhar a descrição dos fatos - e do sofrimento de sua filhinha - a todo segundo.
Esses acontecimentos me fazem ficar arrepiada e quase chorar na frente da tela. Me fazem lembrar também o caso do meninho João Hélio que foi arrastado por ladrões que haviam roubado o carro de sua mãe. Naquela ocasião, chorei de verdade. Chorei com a Fátima Bernardes que deve ter pensado nos seus 3 filhos e não caiu em prantos por muito profissionalismo e experiência. Experiência essa que deve ser primordial para o promotor e os advogados envolvidos no caso.
Haja frieza nos corações dos perítos para agüentar ir ao apartamento de Alexandre Nardoni 5 vezes. Eu não suportaria, acho que não possuo tanto profissionalismo assim.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Nem água tem
É carro batido, é enterro para ir, é tentativa de assalto, enfim é uma notícia ruim atrás da outra. Já combinamos, vamos nos benzer, tomar um pace juntas, porque o problema deve mesmo ser a união de tanta má sorte. Não é possível. A cada dia uma história e a cada dia uma agonia.
Novamento posso dizer:CANSEI. Para quem acompanhou meu dilema com a pauta de fotojornalismo, vou apenas resumir a minha pequena-grande saga até perdê-las. Escolhi fotografar as filas duplas na saída de um colégio - não citarei o nome porque já sei por experiência própria que a coisa não é fácil. Pois bem, primeiro tive que trovar - como os machos fazem na hora da conquista de uma fêmea - uma tiazinha, por telefone, da repecepção do colégio, para que eu pudesse subir na passarela no meio da rua, que liga o colégio às quadras esportivas (agora todos já sabem a qual me refiro), para tirar fotos de um ângulo diferente, vista de cima, aquela coisa. Ok, primeiro dia tudo certo. Segundo dia, chego e começo a fotografar. Fotos daqui, fotos dali, criança entrando no carro, carro na frente de carro, aquela confusão. Tento cuidar para que as crianças, inocentes seres, não apareçam muito, mas é inevitável, até para dar mais contexto à pauta. Muitos curiosos aparecem querendo saber o porquê das fotos, outros pimpolhos saem vibrando "mãe eu tenho uma foto!mãe eu tenho uma foto!". Quando o inusitado acontece. Um pai se aprensenta como policial e começa a tirar satisfações sobre as minhas fotos, eu bem que tento explicar, mas ele abusa de sua "autoridade" e, além de querer me ameaçar falando até em prisão, xinga o carinha da disciplina na minha frente, citando até perigo de seqüestro. Culpa minha, quem mandou ficar 2min a mais. Momentos de tensão à parte, não entrarei em maiores detalhes. As fotos ficaram bem legais. Mas já não as tenho. Na sexta-feira, fiquei 2h tentando salvá-las, em vão. Simplesmente as perdi. Escafederam-se. Culpa minha novamente, eu sei, mas tecnologia quando dá para atrapalhar é fogo!
E como resolver esse problema?Vamos à tortura, pensar em outra pauta!Domingo, tarde da noite, família reunida no sofá tentando ajudar a filha mais nova, estudante quase frustrada de jornalismo. Pauta escolhida: a fabricação do pão, um alimento tão comum a todos os povos. Resolvido, ótimo!Perfeito!Na minha cabeça já estava tudo esquematizado. Fotos do padeiro, massa crua, pão saindo do forno, povo na fila, mesa bonita com pães fresquinhos e até um mendigo comendo pão - vejam bem, até uma doação eu acabaria fazendo. Mas o que poderia dar errado agora?Claro, a falta de colaboração das pessoas. Fui vetada pelo padeiro. "A correria hj seria muito grande, hj não dá". Ah claro, eu queria ver se dava em 2010!!
Fui para o estágio da tarde tentando pensar desesperadamente numa 3ª pauta, mas desisti. Por lá, por menos provável que pareça, nada deu certo. Simplesmente não conseguimos gravar um CD. Sim, uma merdinha de CD!Já tá parecendo que eu entendo lhufas de tecnologia, me meto a fazer as coisas e faço tudo errado. Pode ser, não me interessa achar motivos. O importante é que resolvi desencanar. Decidi ficar em casa, não ir na aula. Ir até a Puc e ficar se justificando pro professores adianta de quê?Prefiro ficar por aqui e perder nota que fazer um trabalho mal feito e cagado. Isso foi o resumo de UM dia, mas já faz alguns meses que as coisas andam turbulentas. Minhas unhas, minhas pobres unhas, as mesmas que sensibilizaram Juno a não fazer um aborto no filme, já não existem a muito tempo e nem têm previsão de ressurgir. O que está por vir? Não sei. Sei que estou em casa, tentando relaxar, mas agora nem água tem. Sim, faltou água.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Bem que tentamos...
Era a primeira noite da temporada do República de Madras, primeira noite também de permissão da entrada para maiores de 18. Antes só entrava maior de 21 e maior de 21 MESMO.Rolavam altos boatos em torno dessa regra, virou espécie de mito "a fila de triagem muito casca do Madras". Não sei como era, mas achei melhor não arriscar tamanha humilhação, caso não conseguisse me fazer de gente grande.
Ontem era pra ter sido diferente, a entrada seria tranqüila, afinal já estou quase nos autos dos meus 20 anos, duas décadas. DUAS DÉCADAS!Ledo engano. A pirralhada (inclua-me fora dessa, pois como diria "Dudinha-meu-amor" eu não sou piá, eu sou novinha, é diferente!É diferente, entenderam??!?!)ficou em alvoroço com a notícia e resolveu aparecer em massa para desbravar a famosa noite porto-alegrense. Começamos bem - ironia é o nome disso - já na fila para o estacionamento. Lugares? Somente no segundo andar do Shopping. Chegando na fila de ingressos, parecia mais uma espera para um mega show da Britney ou um Grenal na final do Gaúchão.Óbvio, furamos. E furamos na mais cara dura, aproveitando que estávamos cercadas de machos gentis. Passados alguns minutos, furamos novamente. Mas agora o furo era estratégico, na cara do gol. Nada poderia nos impedir, exceto uma frase:ACABARAM OS INGRESSOS. Não, vocês leram bem? ACABARAM OS INGRESSOS, INGRESSOS ACABARAM-SE, SE ACABARAM OS INGRESSOS, INGRESSOS ACABADOS...ops. Quando eu já estava psicologicamente preparada para nocautear todo mundo que aparecesse na minha frente, na hora do bolo final na frente dos guichês de ingressos, os mesmos simplesmente ACABAM. Nisso começa a fábrica de boatos. O povo, rebelado, não parecia querer arredar pé dali. Claro, era mentira, só poderia ser mentira. Mas não era. Ou era e eles tentaram apenas uma tática contra a multidão insana que se aproximava.Enfim, não ficamos lá para presenciar o final da história.
Arrumadas e depois de tantas filas não tinha como irmos para casa. Episódio mais broxante esse, fomos parar no maldito Wall Street. Quanto mais a gente reza fazendo promessa, dizendo que NUNCA MAIS VOLTAREMOS NAQUELE LUGAR, mais o destino se encarrega de nos levar pra lá. A gente poderia ter dormido, mas é uma questão de orgulho feminino poxa, nenhuma mulher se arruma para depois acabar em casa, dormindo.
Nós tentamos, eu juro, tentamos ser mais seletivas e parar de freqüentar noites ruins apenas pelo prazer de dançar com as amigas de forma avacalhada e bizarra. Não que isso não tenha sido uma das coisas mais divertidas nos meus últimos anos de vida, mas ai, nem só de avacalhações a gente consegue sobreviver né, se é que vocês me entendem!hehehe Às vezes temos que nos portar como mocinhas e aproveitar a noite além da nossa roda enlouquecida, curtir o som, o ambiente, os rostos bonitos e os corpos sarados!
Na noite da famosa fila de triagem acho que não voltaremos mais, ou melhor, na fila de ingressos, pelo menos por um bom tempo. Agora, nos resta encontrar um novo local de diversão para que nossas noites sejam melhores aproveitadas. Por enquanto, fica uma certeza: estou velha demais para Walls e cia. limitada. Talvez as gente deva apostar as fichas nas noites da La Playa mesmo. No final das contas, R$60 pode ser muito mais econômico e até lucrativo que qualquer R$10 de uma noite falhada.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Afinal, qual é a minha pauta?
Escolher uma pauta é muito mais difícil do que parece. Quando a gente pensa ter encontrado o foco, vem um de nossos queridos mestres e nos cutuca - no melhor dos sentidos - dizendo não ser exatamente um caminho e nos fazendo ser mais específico. Eles curtem mesmo é nos espremer. Sério, eles adoram questionar, questionar, questionar, até o momento de dizermos "CHEGA, NÃO SEI MAIS RESPONDER".
Vendo pelo lado positivo, essa espremeção toda só tende a nos ajudar. Eles conseguem nos mostrar um norte, um caminho certo a ser seguido. Porém isso não diminui a minha angústia, pelo contrário, a minhas unhas que já estavam em fase de crescimento - sim, as semanas de março não colaboraram para que as mesmas sobrevivessem - estão indo por água abaixo novamente. Ou seria goela abaixo?urghhh que nãja!
Descontroles à parte, as horas e os dias não param e o meu fluxo de idéias é inversamente proporcional a essa rapidez. Se segunda cheguei na aula sem a mínima noção do que faria, hoje, quarta-feira, estou pior ainda! Estou prestes a ter um surto psicótico! Ok, não é pra tanto...mas é um estado bem calamitoso.
A autorização de utilização de equipamentos anda comigo para cima e para baixo, o que não adianta nadicas, já que não pegarei a máquina enquanto a luz brilhante dos desenhos animados não acender sobre a minha cabeça. Informações demais, esse é o nosso maior obstáculo atualmente. É tanta coisa a ser observada e tanta loucura nesse mundinho!Antes de entrar em transe e precisar de serviços hospitalares - necessidade totalmente desnecessária diante da bactéria louca Acinetobacter sp - me esforçarei para achar um assunto relevante. Eu sei, muitas vezes eles caem de maduro na nossa cara, o dilema é como abordá-lo através de 10 fotos, nada além disso. A própria infecção bacteriana - tá certo isso?doutores do meu Brasil, perdoem-me - poderia ser retratada, infelizmente ela é invisível ao olho humano. Hehehe, brincadeirinha!
Enquanto procuro um forma de resolver isso tudo, aquela tal frase insiste em martelar a minha cuca tal qual um mantra: Afinal, qual é a MINHA pauta?
quinta-feira, 27 de março de 2008
Diário que não é de uma Princesa
Bom, as rugas foram aparecendo e as novidades ficaram mais interessantes, na mesma proporção que a vida ficou mais complicada. Hoje já não tenho porque gravar minhas "memórias", muitas vezes inúteis, em uma agenda ou algo semelhante, então utilizo este site. Eis que surge o X da questão, esqueço-me completamente aonde minhas idéias ficam armazenadas: o espaço virtual. Não entrarei no mérito do significado da palavra virtual, me perdoe Baudrillard, mas isso é complexo demais pra minha cabeça. Agora, uma coisa é certa, é impossível dimensionarmos este "espaço" e, assim, torna-se mais improvável ainda conseguirmos ter noção da repercusão de um texto publicado, ou mesmo de quem são nossos possíveis leitores.
Tentarei ser mais discreta e pensar bem antes de sair divulgando meus sentimentos. Não que isso tenha me prejudicado até agora, mas vai saber. Às vezes, acho que me falta discrição, ser um pouco mais reservada. Mas, vejam pelo lado bom, possivelmente não sofrerei com TOC ou doenças do gênero, afinal eu coloco tudo pra fora. Continuarei desabafando porque faz bem pra cuca e alivia, porém opiniões e pensamentos são mais construtivos e interessantes neste momento, digo, neste blog.
segunda-feira, 24 de março de 2008
BBB
Hoje pela manhã, ainda estava em repouso devido a um procedimento pelo qual fui submetida semana passada e resolvi assistir Ana Maria Brega. Ah poxa, to cavando minha cova - em termos jornalísticos e culturais- com esse post, mas caras, como já diria meu ilustre professor de foto Sempé, às 8h30 da manhã não há nada que se possa assistir na tv aberta brasileira. Na realidade, estava tentando pegar no sono novamente. Infelizmente, não consegui. Claro, sono dá no trabalho e não numa caminha gostosa, quando estamos abraçados num fofíssimo travesseiro e esparramados nos lençóis.
No canal em questão, estavam a apresentadora "loura" e seu fiel escudeiro tomando um café com os ex-integrantes da casa, ou nave louca como agora é chamada por Biaaaalll: Thati, Nati e Marcão. Conversa vai, conversa vem, uma maquiagem faz realmente toda a diferença, se é que vocês entendem. De repente, começa a descarada torcida pelo Rafinha. Explico.
Primeiro, Nati é convida a acordar os candidatos ao prêmio de 1 milhão. Ao "abrir" o áudio a doida começa a berrar "filhooooote, filhote de tucano acooorrrrdaaaa, vamo conveeerrrrrsaaaa". Gyselle fora completamente ignorada. Então, os dois ainda sonâmbulos e com as caras amassadas começam a conversar com os "amigos" de fora e a apresentadora da peruca com raiz preta começa a demonstrar uma grande queda pro lado da gaúcha. Fala das qualidades da guria ("uma pessoa de alma aberta"), de como ela curtiu cada momento e demonstrou suas emoções. Logo em seguida, comenta sobre a diferença de personalidade entre as duas - Gy e Nati - e pergunta para a "vencedora" o porquê dela ter ficado - ela tão fechada, quieta, na dela. A cara de tacho da piauiense foi ALGO! Detalhe: antes disso ela já tinha questionado a respeito das últimas horas na casa e largado uma: "vê se não vai ficar só dormindo e deitada agora que estão só vocês dois né?!". DEMAIS!
Bom, entre uma cornetiada e outra, Ana Maria Braga deixou claríssima sua torcida pela Natália e agora pelo Rafinha. O incentivo foi tão claro que os outros participantes sentiram-se à vontade para no final desejar em alto e bom tom "BOA SORTE RAFINHA". Achei bem verdadeiro o programa e, pelo menos, mostrou-se a indignação de boa parte do país que não entendeu o acontecido da noite anterior. Tá certo, o programa não é nenhum grande acontecimento cultural e nem nos acrescentará muito. Mas, pelo menos, se é para alguém merecer algo lá dentro que seja alguém descente, com alguma qualidade. Não vejo eles como heróis, nem acho que seja necessária tanta batalha assim para estar lá, o problema é o depois, o permanecimento na casa. Gyselle é apática, não ri e não chora. Ela não vibra, parece não sentir emoção e, além de tudo é burra. Desculpa qualquer parente ou conhecido - haha jura que algum lê - mas ela não sabe nada de nada!!Pior o Bial que ainda fica desculpando as pérolas com justificativas como a de que ela morou na França. Ahhh faça-me o favor!
No final das contas, não sei se essa mosca morta não será a vencedora. Para nossa sorte, o Rafinha permanece e é um forte concorrente. Já estou pensando até em começar a ligar para votar, juro! A explicação para o paredão de ontem é que as regiões norte e nordeste votam muito mais que o sul. Pois então tá, depois nós que somos bairristas né? Vamos à luta então e vamos tentar mudar pelo menos o rumo da vitória. O Rafinha não é gaúcho, mas pelo menos tem coração!
Ah, eu precisava escrever sobre isso...dá um desconto!
sábado, 22 de março de 2008
Sobre a imprensa
Lendo a Piauí de janeiro - sim, aproveito o feriado nessa cidade-fantasma para botar em dia a leitura das minhas revistas, incluindo os exemplares do verão - parei para pensar em como uma matéria pode influenciar a vida de uma pessoa. Todos já devem conhecer o estilo dessa publicação, para quem não sabe é uma revista voltada ao jornalismo literário que busca, acima de tudo, qualidade e não quantidade. Apesar de ter umas 60 páginas, em média, as mesmas não são ocupadas por mais de uma reportagem. Muito pelo contrário, cada matéria pode chegar a ocupar 10 páginas de uma edição. E olha que a letra é bem miúda!(prometo oferecer dados mais concretos como o tamanho exato do corpo, assim que tiver mais aulas de planejamento gráfico, por enquanto aprendi apenas o que é paica - maldita paica!!)
Então, como ia dizendo, lia o exemplar de janeiro e me deparei com uma reportagem sobre o José Dirceu, intitulada "O consultor". A repórter fez um belíssimo trabalho, eu diria até que ela conseguiu escrever um verdadeiro perfil do ex-ministro Chefe da Casa Civil, envolvido no escândalo do mensalão. Mas o que um CORRUPTO como este teria a ver com a importância da imprensa?Absolutamente tudo.
Ao longo da reportagem, vamos conhecendo detalhes íntimos da vida do ex-deputado. Passamos a descobrir um outro Dirceu e percebemos as mudanças ocorridas na vida do mesmo, após o famigerado escândalo. A cada palavra lida, temos menos certeza a respeito da sua canalhice. Sim, ele parece completamente encaixado dentro da normalidade de um ser honesto, íntegro e preocupado com o bem do seu semelhante. A revista, em momento algum, parece ser parcial. Não o acusa e também não o defende, simplesmente descreve sua rotina de forma neutra. Isso mesmo, eu disse neutra. Não vivo uma utopia e sei muito bem a parcialidade do jornalismo atual, inclusive acho isso natural e necessário. Entretanto, contrariando qualquer previsão, a Piauí consegue ser neutra. Para mim, esta é a grandeza do chamado jornalismo literário, expor os fatos detalhadamente sem expor opiniões. O julgamento fica a nosso critério.
Voltando ao que me despertou para esse post, na reportagem, José Dirceu passa por vários momentos constrangedores em suas viagens. Poucos, mas suficientes inconformados o insultam com palavras de baixo calão, o xingam afuzel para dizer no português bem claro. Sim, e daí?Ele merece caramba, olha tudo o que o cara fez! Esse é o X da questão. Em momento algum, ele tenta os enfrentar, a todo instante engole a seco e leva os desaforos para casa. Também, em instante nenhum ele procura se defender, pois parece ter plena consciência dos atos cometidos no passado. A única vez em que demonstra indignação é quando fala de antigos "colegas" de trabalho, os políticos que fizeram de tudo para desmacará-lo, mas que, segundo ele, esqueceram para quem ia toda a dinheirama.
Longe de querer discutir o caso do já exilado e plastificado Zé, quero aqui refletir a respeito da imprensa. Somos - e já começo a me incluir nesse bolo- responsáveis por aquilo que vinculamos e, querendo ou não, acabamos influenciando a opinião da população. E estamos muito enganados quando pensamos nessa influência a partir de determinadas camadas sociais. Basta abrirmos um jornal para lermos que Sr. Fulano de Tal fora acusado de receber proprina do Sr. Sicrano. E aí mora o perigo. Corruptos, ladrões, sem-vergonhas, desonestos, ou quaisquer que sejam as categorias que os pilantras estejam inseridos, devem sim serem desmacarados. Os nomes sujos precisam manchar os jornais e serem escancarados na televisão. Mas é preciso ter cautela, é preciso ter certeza. É muito fácil estampar o nome de um acusado, porém, antes de um julgamento concreto, o mesmo continua sendo apenas acusado. O problema está na aceitação dos leitores e do público em geral. As pessoas que consomem as informações dificilmente esperam tal julgamento para fazerem os seus próprios. É muito mais simples imaginarmos um suspeito como réu culpado. Afinal, se tem algum indício é porque algo de errado já fez. A solução para isso? Talvez a diminuição da cobrança e da necessidade do tão famoso "furo". Não estou querendo defender Dirceus ou os 40 ladrões. Só penso nos danos provocados na vida de um ser humano pela "simples" publicação de uma notícia. Hoje, Dirceu abaixa a cabeça, mexe no celular e finge não escutar os xingamentos alheios. Foi a maneira que ele encontrou de não perder o controle e admitir sua culpa. Mas e outros tantos acusados, eu escrevi a-c-u-s-a-d-o-s, envolvidos em casos como o daquela escola paulista - Escola Base - que culpa alguma tinham?
quinta-feira, 13 de março de 2008
Ainda existe esperança nas pessoas
Fui à Pucrs e tudo foi tão simples, tão rápido. Ao contrário do estresse provocado pela falta de vontade alheia na noite anterior, a nuvem positiva voltou a circundar meus pensamentos. Uma moça da secretaria - deveria ter pego o nome dela - me tratou muito bem e cumpriu exatamente a função dela: facilitar - de forma simpática. Além de ter aceito meu formulário, ela ainda foi prestativa e disse que eu poderia ligar um pouco mais tarde a fim de saber se tudo corria bem com o meu documento. Tão, tão simples. Caso a coordenadora não fosse à Famecos, ela poderia pedir para a Diretora assinar nos dois campos referentes às assinaturas. Tão, tão simples. E ainda não veio com um discurso "achista". Enfim, ela reforçou minhas esperanças.
Aliás, apenas para aproveitar esse contexto de esperança nas pessoas, gostaria de citar um "causo" acontecido na semana passada. Estava eu a andar até a minha casa quando dobrei a esquina e um pai e um filho, creio eu, desceram de seu prédio e começaram a andar vagarosamente na minha frente. Não gosto de vagarosidade, quem me vê pelas ruas sabe que praticamente acredito estar na São Silvestre, mas, especialmente naquele momento, não estava preocupada em andar rápido. Eles trancavam um pouco o meu caminho, mas, mesmo assim, não me sentia prejudicada. Resolvera que andaria a passos de tartaruga. Para qual não foi minha surpresa, o gurizinho olha para trás e percebe minha presença. No mesmo instante, ele se preocupa em chegar um pouquinho para o lado, para que eu possa passar. É lindo ou não é? Uma criança de 5 ou 6 anos preocupada com boas maneiras, em plena rua. Uma criança solidária!!!
OBS.: Ser extremamente rico agora é um pecado. Só não sei quantos terços o Vaticano terá de rezar para se redimir e buscar o perdão de Deus...
quarta-feira, 12 de março de 2008
DESABAFO
No meio da madrugada já acordei com uma dor de cabeça ABSUUUUUUUUURDA, sério eu nunca tive nada parecido. Pra dar uma idéia, só consegui dormir rezando "ave maria". É, nessas horas eu vejo que Deus existe. Talvez não aquele estereótipo clássico com barbas e tudo mais, eu diria que não há como personificá-lo e nem afirmarmos com tanta convicção algo a respeito da sua existência, porém, todavia, contudo, entretanto, existe uma força superior enorme em volta da gente. Um força que nos acalma, nos da força e nos tranqüiliza.
Bom, mudando da água para o vinho (ou vice-versa, levando-se em consideração todo o ritual católico do sangue - vinho parará, perere), meu dia não foi legal. Minha cabeça parece estar prestes a explodir e meu corpo não está em conjunção com o meu espírito, definitivamente.
Para variar, estou indignada com a Puc, minha super faculdade. Tá, não adianta ficar só reclamando no blog, tô sabendo já. E também sei que ela tem muitas qualidades, caso contrário eu mesma não estaria cursando jornalismo por lá, obviamente. Um outro dia, quem sabe, defendo ela e meus professores, que, aliás, não merecem nenhum palavrão meu. Mas, irrita sabe. O que me tira do sério MESMO é o atendimento. Não sou e nunca fui daquelas de ficar jogando na cara dos outros frases ao estilo "eu tô pagando esta merda", até porque, na minha visão, não é beeem assim que funciona, ou pelo menos não ERA né. O problema é que, nesse caso em específico, a gente está pagando MUITO e parece que tudo é um grande favor. A falta de informações é algo impressionante e só não é pior que a má vontade das pessoas que ficam o tempo todo achando que estão fazendo muito por ti. Não bastasse isso, ainda repetem o tempo inteiro: "Não tenho autorização para isso". Um exemplo? Duas folhas de ofício A4. Puta, às vezes da pena do funcionário, afinal ele não tem permissão. Mas poxa, mais pena tenho de mim que estudo numa instituição caríssima, pertencente ao Papa e não tenho direito a duas, vejam bem, DUAS folhas de ofício em um momento de desespero.
Voltando ao atendimento, como isso é uma questão que abrange uma delimitação territorial muito mais extensa que os muros da Pucrs (muros?muros pra quê?), algo que assola o Brasil inteiro, me limito a não escrever mais para não ser injusta com determinados setores (como a Assessoria para assuntos internacionais, na qual fui muito bem atendida) ou pessoas (vale citar a minha coordenadora, muito atenciosa). Não gostaria de cometer alguma gafe devido ao momento de euforia-raiva-excitação-adrenalina pelo qual me encontro agora.
Desculpa qualquer coisa galerinha, precisava APENAS DESABAFAR. Recebi alta da minha psiquiatra há muito tempo e não quero alugar os ouvidos de ninguém (mais do que já aluguei os das gurias no carro). Assim, quem tiver a fim que leia, isso sim é democracia!
Logo toda essa miscelânia de sentimentos passa e uma única certeza me alegra: tudo dará certo no final.