Antes de tudo, um comentário: como alguém consegue viver sem objetivos?Simplificando, como alguém apenas aceita a condição de sobrevivente? Agora que estou apenas contando os dias para desbravar a tal da Cidade Luz, penso a todo instante como algumas pessoas conseguem fazer nada da vida. Eu que sou uma amante convicta do verbo ficar-em-casa-de-pijama-o-dia-todo, já estou prestes a entrar em colapso nervoso. Sim, eu passeio pelos parques porto-alegrenses, quando o aguero - não aquele desgraçido da seleção argentina - dá trégua por essas bandas. Sim, vou ao cinema. Sim, leio revistas, jornais, livros (livro no singular mesmo, mentir não faz bem) e principalmente blogs, muitos blogs maravilhosos que me fazem estar à frente do pc às 2h da madruga de um sábado ventoso e congelante. Faço mil programinhas e mesmo assim me falta um horário, sinto saudades de uma rotina. Acreditem! Louvem suas rotinas!
O que era para ser um comentário - vindo de uma pessoa prolixa como a que vos escreve - virou uma tese de doutorado. Sejam pacientes, é o tédio! Mas qual era o assunto mesmo? Ah claro, filmes. Antes de qualquer coisa - ou depois de muita já - na semana passada assisti a um filme italiano. Não fez meu tipo, eu realmente tenho uma paixão tensa pelos gauleses. Não que "Meu irmão é filho único" seja ruim, eu apenas não gostei. O que é muito diferente. Não me agradou o ritmo - totalmente acelerado - e muito menos os diálogos, barulhentos. Elegância zero. Entretanto, dei umas boas risadas. Boas mesmo. Eu, minha latinha de guaraná Antártica e meu super Mc Flury de Suflair. Em um programa totalmente light e solitário, assim como idas aos cinemas devem ser.
Pensando naquilo que me motivou a escrever, estou aqui para dizer que aguardo ansiosa a estréia de "Ensaio Sobre a Cegueira", ou para os mais modernos, Blindness. Já em tempos de desemprego, resolvi adquirir pela internet o célebre título do Nobel de literatura, José Saramago, junto com a biografia de Ayaan - ela mesma, do post logo abaixo. Mas, mesmo tendo uma enorme vontade de tê-los em minha humilde estante, resolvi antes ter a brilhante idéia de pesquisar no site da biblioteca da Pucrs. E, para meu completo entusiasmo - e porque não do meu cartão de crédito - ambos faziam parte do acervo da mesma. Estando eu, nesta época, em condição de aluna da Pucrs, lá fui, ao encontro dos mesmos. No final, só consegui ter em mãos Saramago, o que já valeu completamente o vale transporte do ônibus. Devorei as primeiras páginas em uma noite. Não sou uma leitora rápida não, inclusive, tenho uma manias - do tipo só parar de ler no final de um capítulo - que fazem da minha leitura algo bem nervoso e, por vezes, dramático. Mas, naquela noite de sábado, enquanto aguardava Serginho Groismann, li, e reli - é..eu releio muitas vezes uma mesma página - quase metade do livro. Apesar de algumas valas - abismos seria exagero - entre o português de Portugal e o nosso "brasileiro", a leitura é completamente agradável. A interpretação psicológica - não esqueçamos, o nome já diz tudo "ensaio" - é muito legal. Legal no sentido mais pleno da palavra...sabem? Aquela pessoa, aquele filme legalzão assim, que a gente pensa consigo mesmo, PUXA QUE LEGAL!Pois é...pode parecer uma visão idiota e medíocre para um livro escrito por um Nobel, mas para mim legal é o adjetivo perfeito. Muito melhor que maravilhoso, por exemplo.
Voltando às telas, sei que filmes sempre são decepcionantes diante de livros. Impossível um filme atingir nossa imaginação de forma plena, tal qual um livro, afinal de contas na tela vemos as imagens. Não temos chance de criar nossos próprios personagens, corta-se a capacidade do ser humano de "concretização" visual individual. O que está projetado, está projetado. Não tem mais volta. De qualquer maneira, vale a pena vermos de forma concreta aquilo que passamos dias apenas idealizando. A minha "mulher do médico", por exemplo, não tinha nada a ver com a Juliane Moore, ela que me desculpe!
Um livro sobre um fenômeno inexplicável, talvez apenas existente no inconsciente das personagens, uma loucura coletiva que leva a cegueira - talvez e, muito provável, de forma pejorativa- merece imagens. Ainda não sei se conseguirei assistí-lo no Brasil, dia 14 vou-me embora - e não é para Paságarda. Mas se tem algo ou alguém que me faz ter certeza que o ingresso vale a pena - além de Saramago, obviamente - é Gael Garcia Bernal. O pequenez ator mexicano. O mesmo pegador de "O Passado", o exato intérprete das várias faces, incluindo um travesti, em "Má Educação" e o também misterioso Kit - tá, o nome eu pesquisei - no filme que eu mais adoro, não sei bem porquê, em toda a minha existência: "Jogo de Sedução". Sim, o elogiadíssimo Ernesto Che em "Diários de Motocicleta", cujo prazer de assistir ainda não tive. Ele mesmíssimo está no elenco de Ensaio Sobre a Cegueira. SIM, paguei um pau gigante. A-do-ro. Ainda mais agora, após descobrir no wikipédia que o nanico fez um filme chamado "Dreaming of Julia"!
domingo, 7 de setembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
tu eh a melhor! adoro ler teu blog... teu estilo eh unicooo! demais! o bernal eh bom!!! te amo demais! logo tamo junto de novo...bjoo cuca
Postar um comentário