quarta-feira, 9 de abril de 2008

Estamos perplexos

Parei para refletir e conclui: por mais que tudo não venha acontecendo da melhor maneira, a vida é muito boa. Pelo menos para mim. A gente se estressa, fica triste, cansa, mas no fundo sabe que tudo isso logo passa. Sabe que os nossos problemas são nada, perto do que algumas pessoas passam e isso nos dá força. Parece um pouco macabro até, mas é a realidade. Grupos anônimos de ajuda funcionam assim.
Poderíamos dizer: cada um com seus problemas - ou "cada um com seus pobrema" como diz o título do monólogo de Marcelo Médici, sensacional por sinal. E, realmente, cada um sabe dos seus problemas e o tamanho dos mesmos, afinal TODOS passamos por momentos difíceis, não importando a escala de dificuldade em que esses se encontram. Porém, existem determinados acontecimentos tão graves e inexplicáveis que podem comover uma nação. Como o caso da menina Isabella.
É impossível entendermos as razões para tais atrocidades serem cometidas. Não existem justificativas cabíveis para que uma criança sofra o que ela sofreu. Um ser inofensivo, sem a mínima capacidade de defesa, por quê? A hipótese do pai ter cometido tal crime não me é aceita de maneira alguma. Já vimos inúmeros casos, inclusive de mães que espacam, assassinam, atiram seus filhos em lagoas, mas torturar? Geralmente é cometido UM ato de crueldade, errado, é claro, mas louco e impensado - o que, vejam bem, não justifica. Agora, espancamento, esganamento e "arremeço" pela janela? Parece história fictícia de um filme de terror.
Esse fato comove o país há mais de uma semana e não teria como ser diferente. É algo macabro e as pistas que surgem a cada dia parecem fazer parte de um jogo. A cada nova reportagem mostrada na televisão, parece que tiramos mais uma ficha do jogo Detetive. Irrealidade pura. Antes fosse.
Jornalistas ficam comovidos e segurar as lágrimas nos olhos exige um esforço sobrenatural. Estamos todos chocados e perplexos. Até eu, que ainda não sou mãe, coloco-me no lugar da mãe de Isabella a todo instante. Ela simplesmente não deve estar assistindo televisão. Seria muito massacre acompanhar a descrição dos fatos - e do sofrimento de sua filhinha - a todo segundo.
Esses acontecimentos me fazem ficar arrepiada e quase chorar na frente da tela. Me fazem lembrar também o caso do meninho João Hélio que foi arrastado por ladrões que haviam roubado o carro de sua mãe. Naquela ocasião, chorei de verdade. Chorei com a Fátima Bernardes que deve ter pensado nos seus 3 filhos e não caiu em prantos por muito profissionalismo e experiência. Experiência essa que deve ser primordial para o promotor e os advogados envolvidos no caso.
Haja frieza nos corações dos perítos para agüentar ir ao apartamento de Alexandre Nardoni 5 vezes. Eu não suportaria, acho que não possuo tanto profissionalismo assim.

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