terça-feira, 6 de maio de 2008

Óculos escuros e um autocontrole nos membros

Sono é algo involuntário. É tão incontrolável que chega a ser ridículo. Quando a mosca tsé-tsé me pica também fico ridícula. A cabeça parece pesar 100kg, o pescoço não aguenta, o queixo encosta no peito. É patético ver alguém com sono, chega a dar pena.
Nos tempos do bom e velho Rosarião, eu tentava me concentrar e prestar atenção na minha aula de física. Esforço em vão, tentativa inútil. Sentava na frente, praticamente grudada no quadro-negro-verde e não parava de pestanejar. A voz da professora era o que existia de mais sonífero na face da Terra. Era ela começar a falar em MCU, MRUV pra criatura aqui começar a sonhar. O pior de tudo, na cara dela. Mesmo assim, nunca desisti. Passei o ano inteiro sentando no mesmo lugar, segurando a caxola nas palmas das mãos. Não à toa, quase rodei no outro ano, no fatídico "terceirão". Sim, eu quase rodei. A mais pura e cruel das verdades amiguinhos, mas no Rosário o povo roda no terceiro ano.
Mas por que mesmo eu lembrei de todo meu sono escolar? Ah sim, por causa do T9 de ontem. Ok, era 17h30 da tarde, fazia aquele tempinho cretino à la London e o bus estava quentinho. Quentinho gostoso, não aquele calor de suar o bigode que sentimos ao entrar nos lugares que utilizam ar-condicionado marcando 30º graus no inverno. Para começar bem, a cobradora estava dormindo. Pobre tia, ficar parada ali deve ser um saco. Tédio mortal. O problema é que a roleta precisa ser liberada, foi mals, tive que dar uma respirada mais profunda, fazer aquele "cof-cof" simpático. Milagrosamente, após girar a catraca, consegui um lugar para descansar o corpinho. Na janela!Incrível!
Péssimo. Um polaco sonolento senta-se ao meu lado. Eu nem tinha percebido que o cara estava com sono, até a primeira "roçada" na minha perna. Até aí, tudo certo. Mas ele tinha um distúrbio. Certamente, trocou o amolecer de pescoço pela abertura de pernas. A cada "pescada", uma roçada. E assim eu fui, da Encol até a Puc. Não foram 1, nem 2, nem 3 vezes! Eu juro, senti muita vontade de dar um tapa na cara dele.
Não costumo ser TÃO agressiva assim, sequer já dei um tapa na cara de alguém, acho isso horrível, mas que deu vontade, deu. Já estava visualizando a cena, eu virando com tudo, enchendo a mão e dando uma na orelha do cara. Não sei como, me controlei. O espaço disponível para tal ato violento não era dos melhores. Mais fácil quebrar a mão que acertar o cara.
Sono é incontrolável, mas a minha perna não é encosto!Da próxima vez, ele que aprenda a malandragem do busão: óculos escuros e um autocontrole nos membros.

Um comentário:

Anônimo disse...

ai aiiiiiiii
tu q n entendeu a tecnica do polacoooo......