segunda-feira, 28 de abril de 2008

Nossa noite de Bebel...

Fazia tempo que eu não voltava de uma noite pensando:puxa cara, que noite tri!Tá merecendo até um post...
Foi no sábado, Bruna e Sandra me convidaram para ir numa noite bombante. A promessa de boa música, pessoas bonitas, bacanas, corpos sarados e suados, foi tentadora. Além de todas as qualidades citadas anteriormente, o evento seria à fantasia. Adoro!Não existem festas mais legais que essas. É pra se fantasiar? dentro!Acho que nasci pra ser atriz...ou palhaça de circo mesmo.
Mas, tinha um detalhe. A srta. Bruna explicou que era para se inspirar em Cabaret. Inspirar, compreenderam?Uma meia arrastão daqui, uma pluminhas dali. Não sei o que passou pelas nossas cabeças. Creio que precisávamos libertar as mulheres promíscuas que estavam guardadas dentro do nosso âmago. Sei que resolvemos libertar a Bebel que existia em nós. Chutamos o balde.
A título de visualização, eu estava com um micro vestido jeans, uma meia arrastão, uma bota de bico fino, batom vermelho e outros acessórios prostitutos. As duas não estavam muito diferentes.
Ligamos para o tio Rogério - grande Rogério, nosso ilustre taxista- e nos tocamos para a Zona Sul. Depois de rodarmos (o carro, que fique claro) o bairro todo, de eu descer num posto trajando vestes profanas e conseguirmos exatos R$58,00 no taxímetro, chegamos à bendita noite.
Altas decorações, anfitrião vestido de Jonny Walker ( e eu ainda berrei emocionada:Willy Wonka!Que gafe...), musiquinhas estilo anos 20 e os convidados. Ah os convidados!Todos muito produzidos, fantasias chiquérrimas, penteados nos cabelos das mulheres, homens de suspensórios e chapeus. Captaram o drama?Sim, éramos as putas pobres da história.
Mas, não nos abalamos, resolvemos assumir nossas identidades e seguir o baile. No final, foi muito divertido e nem lembrávamos das nossas roupas - se é que podemos chamar aquilo de roupa.
Ah gente, na verdade mesmo, fizemos foi uma releitura moderna dos antigos Cabarets, as pessoas que não entenderam...hehe

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Entre Baryta, Coristinas D e sucos de laranja

Hoje acordei pestiada. Passei o dia de ontem com dor de garganta e a temperatura do corpo desregulada. Hoje acordei gripada - dor nas costas, nariz ranhento e dor de garganta. Uma vez li que dor de garganta não é sintoma de gripe e sim de resfriado. Grandes coisas. Resfriado e gripe para mim c'est la même chose, a única diferença, talvez, seja que estando gripado ficamos totalmente inúteis, só enxergamos nossa cama pela frente, parece que um caminhão passou por cima do nosso corpinho. Resfriado pode ser o filho caçula da gripe, ele tenta, mas não consegue nos derrubar de fato.
Temos ainda uma outra variante, a alergia. No meu caso, ela é muito mais nociva que uma temida gripe (uma, não "a", vocês sabem quantos vírus de gripe existem por aí?impressionante!). Nunca ousei fazer o teste das picadas, aquele que o médico injeta tudo que é passível de provocar alergia nas pessoas como pêlo de gato, abelha, pólen e assim por diante. É uma quantidade pequena desses "venenos", apenas descobre-se o quão alérgico você é, ninguém morre nesse teste. Mesmo assim, não me arrisco. Me contento com as minhas 1000 alergias, 1001 seria demais pra mim!
Fiz uns exames quando consultei uma alergista e foi constatado: sou ultra-mega-bluster-master alérgica à poeira. Exato. E, para completar o quadro, tenho alergia também à mudança de temperatura. Agora, realizem Carolinas, realizem! O que uma pessoa alérgica à poeira pode fazer para sobreviver?No mínimo, viver em uma bolha, isolada de tudo e de todos! E o que fazer com a alergia de mudança de temperatura? No mínimo, mudar-se de Porto Alegre. Infelizmente, enquanto minha casa no Nordeste não fica pronta, terei que tentar continuar lépida e faceira, mesmo vivendo numa cidade aonde, principalmente durante outono - olhem que maravilha, estamos nessa estação - e primavera, a temperatura chega a variar de 15 para 27 graus em poucas horas. Xuxu beleza!
Já encontrei um remédio - indicado pela mesma alergista dos tais exames - que consegue me dar uns dias a mais de sobrevivência nas condições úmidas desta cidade. Tomo uma cápsula por dia e, mesmo assim, cá estou em meu estágio, trajada com um abrigo - daqueles que a gente usa quando pretende estender o conforto do pijama por algumas horas - ao lado de uma colega de trabalho que usa blusa de alcinhas!Tenho ao meu lado direito um rolo de papel higiênico e, logo abaixo da mesa do computador, um lixinho. Nem preciso descrever para quê.
Só pela manhã já tomei Baryta, suco de laranja adoçado com mel - segundo a minha mãe, profunda conhecedora dos benefícios de cada alimento, mel é antibiótico - Cepacaína (pastilha para garganta) e Coristina D. Até sair de casa foi complicado, o cobertor não quis ser solidário comigo. Ele, a cama e o travesseiro não entendem que eu preciso trabalhar, definitivamente. Gosto do inverno, mas se é para ser frio é para ser frio oras bolas! Usar sandálias já não dá mais, a menos que alguém curta congelar os dedos, e bota esquenta as canelas, depois das 11h.Coisa mais sem graça é o povo caminhando por aí com 200 casacos na mão ao meio-dia. Estação mais deselegante essa.

sábado, 19 de abril de 2008

Caso Isabella - a salvação dos problemas brasileiros

Isabella morreu de forma cruel. Isabella era uma pequena criança indefesa e foi assassinada de forma maligna. O caso está prestes a ser completamente desvendado e, o pior de tudo, o ato final, aquilo que a fez perder a vida de vez, deve ter sido cometido por seu próprio pai.
O caso parou uma nação, o acontecimento é uma pauta de extrema relevância e eu, assim como muitas mulheres e, principalmente, aquelas mães, ainda estou chocada. Porém, a imprensa está errada.
A notícia merecia grandes reportagens e coberturas. O julgamento poderia até gerar um Plantão da Globo, mas houve exagero. Houve exagero na Recorde, onde até maquetes reproduzindo o local do crime foram criadas para o programa do Superpop. Deixemos de lado a qualidade do mesmo e de sua apresentadora, esqueçamos o lado positivo da saída encontrada para que se produzisse algo diferente na mídia. Prestemos atenção na maneira como as coisas foram conduzidas. Jornalistas viraram investigadores criminalísticos e discussões baseadas em dados não concretos só levaram o espectador a mais dúvidas.
A população ficou sensibilizada de uma forma geral, portanto a menina mereceu sim todas as homenagens prestadas desde a sua morte. A mãe precisava de palavras de carinho, de conforto. Assim como essa mesma população aguarda o veredito final, parece que há um sentimento de justiça paira no ar. Mas a imprensa errou.
Eu me pergunto, quantas crianças são assassinadas por dia no Brasil?Quantas crianças não sofrem mais que Isabella na hora de sua morte?Minha intenção não reduzir o sofrimento da menina ou torná-la uma estatísca. A minha dúvida é: porque esse bombardeio de informações em volta de UM caso, quando temos milhares de outros a nossa volta?
Sabemos que a violência se torna mais relevante, vira "mais" notícia quando atinge determinada camada social. Esse é o grande equívoco. Existe a pré-disposição do pobre ao trágico e ao desvio de conduta. Explico.
Aqueles de classes menos favorecidas, com condições (?) de vida mais precárias têm maiores justificativas para cometerem determinados atos. A sociedade acaba perdoando um menor infrator, se esse for pobre, sem pai, com a mãe prostituta. Enfim, se não existe uma família "convencional", se esse menor não recebeu o suporte para formação de seus valores, ele tem grandes chances de seguir pelo mal caminho e isso não nos espanta. Um homem desempregado, com problemas de alcoolismo e traído pela esposa pode matá-la com 20 facadas. Não, ele também não pode, ele é tão louco e descompensado quanto Alexandre Nardoni, mas, teoricamente, suas justificativas são mais válidas, mais aceitáveis.
Minha comparação foi extrema, o caso de Isabella choca por ela ser com uma criança e choca muito mais pois não é todo dia que alguém é atirado do 6º andar do prédio. Só que chegou uma hora que cansou. O limite do sensacionalismo foi ultrapassado. O desenrolar da história está sendo demonstrado na imprensa de uma maneira tão detalhada e exaustiva que irrita. Não sei se mais alguém tem esse sentimento, mas eu começo a pensar que ela morreu, o pai e a madrasta foram os culpados, mas chega, não temos mais o que fazer, ela está morta. Isso é simplesmente horrível e me sinto uma pessoal fria, sem sentimentos, quando penso assim, mas foi justamente a imprensa - meu futuro campo de atuação - que provocou o mesmo em mim.
Fotos e vídeos da menina quando viva são mostrados há todo o instante. Não há espaço para descansarmos, não deve haver forma da mãe assistir televisão. Há 19 dias os telejornais são abertos do mesmo jeito, com a chamada para o "caso Isabella". E o mais impressionante, na maioria das vezes as informações não têm caráter de novidade, apenas repetem-se. Evidente, concorrência é um fator determinante em jornalismo, não sejamos utópicos. Mas tudo tem um limite.
A Zero Hora publicou durante pelo menos 1 semana páginas inteiras a respeito do crime. Infográficos, fotos e reproduções gráficas foram usadas para preencher as colunas do veículo. Era necessário a utilização de uma página, mesmo que nessa o leitor não encontrasse nenhuma informação nova? O jornal O Sul publicou ontem, data do aniversário da menina, um editorial em homenagem à Isabella. Palavras bonitas e tocantes preenchiam as linhas. Era de ficar arrepiado e ficar em prantos, mas por que só Isabella merece tudo isso?
Está na hora de pararmos para pensar que talvez este caso não seja tão isolado assim. Até a menina de 12 anos - vejam que eu sequer lembro seu nome - que era torturada por sua mãe adotiva foi deixada de lado. E o menor que apavorou Novo Hamburgo por sua frieza na hora de confessar, segundo ele, 12 assassinatos?Onde estão os outros problemas do Brasil? E a política que tanto "dá o que falar" em Brasília? Tudo foi esquecido.
Caso Alexandre e Anna Carolina sejam condenados, tenho certeza que ficarão presos, apesar das condições financeiras para que isso não aconteça - sabemos a diferença que a grana faz em um julgamento. A população determinará essa condenação, ou acabará fazendo justiça com as próprias mãos. Para mim, a pior condenação é a culpa que ambos carregarão para o resto de suas vidas. Ao menos o pai que, apesar de tudo, parecia amar a menina.
Sorte dos outros tantos assassinos, impostores, ladrões e corruptos do nosso belo país, estes sim estão vibrando com a cobertura da imprensa. Estes estão livres da pressão da sociedade, do julgamento da população e da fúria dos protestos. Esses "só" têm de se entender com as próprias consciências.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

It's over

Minha criatividade acabou, muitos neurônios foram consumidos nas últimas 24h. Andei me expressando demasiadamente por aí...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Estamos perplexos

Parei para refletir e conclui: por mais que tudo não venha acontecendo da melhor maneira, a vida é muito boa. Pelo menos para mim. A gente se estressa, fica triste, cansa, mas no fundo sabe que tudo isso logo passa. Sabe que os nossos problemas são nada, perto do que algumas pessoas passam e isso nos dá força. Parece um pouco macabro até, mas é a realidade. Grupos anônimos de ajuda funcionam assim.
Poderíamos dizer: cada um com seus problemas - ou "cada um com seus pobrema" como diz o título do monólogo de Marcelo Médici, sensacional por sinal. E, realmente, cada um sabe dos seus problemas e o tamanho dos mesmos, afinal TODOS passamos por momentos difíceis, não importando a escala de dificuldade em que esses se encontram. Porém, existem determinados acontecimentos tão graves e inexplicáveis que podem comover uma nação. Como o caso da menina Isabella.
É impossível entendermos as razões para tais atrocidades serem cometidas. Não existem justificativas cabíveis para que uma criança sofra o que ela sofreu. Um ser inofensivo, sem a mínima capacidade de defesa, por quê? A hipótese do pai ter cometido tal crime não me é aceita de maneira alguma. Já vimos inúmeros casos, inclusive de mães que espacam, assassinam, atiram seus filhos em lagoas, mas torturar? Geralmente é cometido UM ato de crueldade, errado, é claro, mas louco e impensado - o que, vejam bem, não justifica. Agora, espancamento, esganamento e "arremeço" pela janela? Parece história fictícia de um filme de terror.
Esse fato comove o país há mais de uma semana e não teria como ser diferente. É algo macabro e as pistas que surgem a cada dia parecem fazer parte de um jogo. A cada nova reportagem mostrada na televisão, parece que tiramos mais uma ficha do jogo Detetive. Irrealidade pura. Antes fosse.
Jornalistas ficam comovidos e segurar as lágrimas nos olhos exige um esforço sobrenatural. Estamos todos chocados e perplexos. Até eu, que ainda não sou mãe, coloco-me no lugar da mãe de Isabella a todo instante. Ela simplesmente não deve estar assistindo televisão. Seria muito massacre acompanhar a descrição dos fatos - e do sofrimento de sua filhinha - a todo segundo.
Esses acontecimentos me fazem ficar arrepiada e quase chorar na frente da tela. Me fazem lembrar também o caso do meninho João Hélio que foi arrastado por ladrões que haviam roubado o carro de sua mãe. Naquela ocasião, chorei de verdade. Chorei com a Fátima Bernardes que deve ter pensado nos seus 3 filhos e não caiu em prantos por muito profissionalismo e experiência. Experiência essa que deve ser primordial para o promotor e os advogados envolvidos no caso.
Haja frieza nos corações dos perítos para agüentar ir ao apartamento de Alexandre Nardoni 5 vezes. Eu não suportaria, acho que não possuo tanto profissionalismo assim.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Nem água tem

É parace que bateu a urucubaca no povo!Não gosto muito de chamar de urucubaca ou olho grande essa espécie de má sorte que nos ronda, prefiro algo mais "concreto" como azar mesmo. Não sei que espécie de nuvem negra anda nos sobrevoando, sei que eu e minhas amigas não estamos em um período muito próspero. Não mesmo.
É carro batido, é enterro para ir, é tentativa de assalto, enfim é uma notícia ruim atrás da outra. Já combinamos, vamos nos benzer, tomar um pace juntas, porque o problema deve mesmo ser a união de tanta má sorte. Não é possível. A cada dia uma história e a cada dia uma agonia.
Novamento posso dizer:CANSEI. Para quem acompanhou meu dilema com a pauta de fotojornalismo, vou apenas resumir a minha pequena-grande saga até perdê-las. Escolhi fotografar as filas duplas na saída de um colégio - não citarei o nome porque já sei por experiência própria que a coisa não é fácil. Pois bem, primeiro tive que trovar - como os machos fazem na hora da conquista de uma fêmea - uma tiazinha, por telefone, da repecepção do colégio, para que eu pudesse subir na passarela no meio da rua, que liga o colégio às quadras esportivas (agora todos já sabem a qual me refiro), para tirar fotos de um ângulo diferente, vista de cima, aquela coisa. Ok, primeiro dia tudo certo. Segundo dia, chego e começo a fotografar. Fotos daqui, fotos dali, criança entrando no carro, carro na frente de carro, aquela confusão. Tento cuidar para que as crianças, inocentes seres, não apareçam muito, mas é inevitável, até para dar mais contexto à pauta. Muitos curiosos aparecem querendo saber o porquê das fotos, outros pimpolhos saem vibrando "mãe eu tenho uma foto!mãe eu tenho uma foto!". Quando o inusitado acontece. Um pai se aprensenta como policial e começa a tirar satisfações sobre as minhas fotos, eu bem que tento explicar, mas ele abusa de sua "autoridade" e, além de querer me ameaçar falando até em prisão, xinga o carinha da disciplina na minha frente, citando até perigo de seqüestro. Culpa minha, quem mandou ficar 2min a mais. Momentos de tensão à parte, não entrarei em maiores detalhes. As fotos ficaram bem legais. Mas já não as tenho. Na sexta-feira, fiquei 2h tentando salvá-las, em vão. Simplesmente as perdi. Escafederam-se. Culpa minha novamente, eu sei, mas tecnologia quando dá para atrapalhar é fogo!
E como resolver esse problema?Vamos à tortura, pensar em outra pauta!Domingo, tarde da noite, família reunida no sofá tentando ajudar a filha mais nova, estudante quase frustrada de jornalismo. Pauta escolhida: a fabricação do pão, um alimento tão comum a todos os povos. Resolvido, ótimo!Perfeito!Na minha cabeça já estava tudo esquematizado. Fotos do padeiro, massa crua, pão saindo do forno, povo na fila, mesa bonita com pães fresquinhos e até um mendigo comendo pão - vejam bem, até uma doação eu acabaria fazendo. Mas o que poderia dar errado agora?Claro, a falta de colaboração das pessoas. Fui vetada pelo padeiro. "A correria hj seria muito grande, hj não dá". Ah claro, eu queria ver se dava em 2010!!
Fui para o estágio da tarde tentando pensar desesperadamente numa 3ª pauta, mas desisti. Por lá, por menos provável que pareça, nada deu certo. Simplesmente não conseguimos gravar um CD. Sim, uma merdinha de CD!Já tá parecendo que eu entendo lhufas de tecnologia, me meto a fazer as coisas e faço tudo errado. Pode ser, não me interessa achar motivos. O importante é que resolvi desencanar. Decidi ficar em casa, não ir na aula. Ir até a Puc e ficar se justificando pro professores adianta de quê?Prefiro ficar por aqui e perder nota que fazer um trabalho mal feito e cagado. Isso foi o resumo de UM dia, mas já faz alguns meses que as coisas andam turbulentas. Minhas unhas, minhas pobres unhas, as mesmas que sensibilizaram Juno a não fazer um aborto no filme, já não existem a muito tempo e nem têm previsão de ressurgir. O que está por vir? Não sei. Sei que estou em casa, tentando relaxar, mas agora nem água tem. Sim, faltou água.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Bem que tentamos...

Na noite passada, tentamos evoluir no quesito noite, nos tornar um pouco mais seletivas e freqüentar festas que realmente valessem. Só tentamos, pois o destino - ou a péssima organização do local - nos levou para o mesmo caminho de sempre.
Era a primeira noite da temporada do República de Madras, primeira noite também de permissão da entrada para maiores de 18. Antes só entrava maior de 21 e maior de 21 MESMO.Rolavam altos boatos em torno dessa regra, virou espécie de mito "a fila de triagem muito casca do Madras". Não sei como era, mas achei melhor não arriscar tamanha humilhação, caso não conseguisse me fazer de gente grande.
Ontem era pra ter sido diferente, a entrada seria tranqüila, afinal já estou quase nos autos dos meus 20 anos, duas décadas. DUAS DÉCADAS!Ledo engano. A pirralhada (inclua-me fora dessa, pois como diria "Dudinha-meu-amor" eu não sou piá, eu sou novinha, é diferente!É diferente, entenderam??!?!)ficou em alvoroço com a notícia e resolveu aparecer em massa para desbravar a famosa noite porto-alegrense. Começamos bem - ironia é o nome disso - já na fila para o estacionamento. Lugares? Somente no segundo andar do Shopping. Chegando na fila de ingressos, parecia mais uma espera para um mega show da Britney ou um Grenal na final do Gaúchão.Óbvio, furamos. E furamos na mais cara dura, aproveitando que estávamos cercadas de machos gentis. Passados alguns minutos, furamos novamente. Mas agora o furo era estratégico, na cara do gol. Nada poderia nos impedir, exceto uma frase:ACABARAM OS INGRESSOS. Não, vocês leram bem? ACABARAM OS INGRESSOS, INGRESSOS ACABARAM-SE, SE ACABARAM OS INGRESSOS, INGRESSOS ACABADOS...ops. Quando eu já estava psicologicamente preparada para nocautear todo mundo que aparecesse na minha frente, na hora do bolo final na frente dos guichês de ingressos, os mesmos simplesmente ACABAM. Nisso começa a fábrica de boatos. O povo, rebelado, não parecia querer arredar pé dali. Claro, era mentira, só poderia ser mentira. Mas não era. Ou era e eles tentaram apenas uma tática contra a multidão insana que se aproximava.Enfim, não ficamos lá para presenciar o final da história.
Arrumadas e depois de tantas filas não tinha como irmos para casa. Episódio mais broxante esse, fomos parar no maldito Wall Street. Quanto mais a gente reza fazendo promessa, dizendo que NUNCA MAIS VOLTAREMOS NAQUELE LUGAR, mais o destino se encarrega de nos levar pra lá. A gente poderia ter dormido, mas é uma questão de orgulho feminino poxa, nenhuma mulher se arruma para depois acabar em casa, dormindo.
Nós tentamos, eu juro, tentamos ser mais seletivas e parar de freqüentar noites ruins apenas pelo prazer de dançar com as amigas de forma avacalhada e bizarra. Não que isso não tenha sido uma das coisas mais divertidas nos meus últimos anos de vida, mas ai, nem só de avacalhações a gente consegue sobreviver né, se é que vocês me entendem!hehehe Às vezes temos que nos portar como mocinhas e aproveitar a noite além da nossa roda enlouquecida, curtir o som, o ambiente, os rostos bonitos e os corpos sarados!
Na noite da famosa fila de triagem acho que não voltaremos mais, ou melhor, na fila de ingressos, pelo menos por um bom tempo. Agora, nos resta encontrar um novo local de diversão para que nossas noites sejam melhores aproveitadas. Por enquanto, fica uma certeza: estou velha demais para Walls e cia. limitada. Talvez as gente deva apostar as fichas nas noites da La Playa mesmo. No final das contas, R$60 pode ser muito mais econômico e até lucrativo que qualquer R$10 de uma noite falhada.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Afinal, qual é a minha pauta?

Há dias, ou melhor, desde segunda-feira quando tive aula de foto e me dei conta que precisaria escolher um assunto para abordar, pois na próxima semana devo entregar um trabalho, uma frase não sai da minha cabeça: Mas, afinal, qual é a tua pauta? Para quem é ou já foi da Famecos, esse é um "bordão" muito famoso, do ilustre professor Vitor Necchi. Na realidade, ele só lecionou em uma cadeira para a minha turma; o suficiente para conhecermos essa fatídica e desesperadora pergunta.
Escolher uma pauta é muito mais difícil do que parece. Quando a gente pensa ter encontrado o foco, vem um de nossos queridos mestres e nos cutuca - no melhor dos sentidos - dizendo não ser exatamente um caminho e nos fazendo ser mais específico. Eles curtem mesmo é nos espremer. Sério, eles adoram questionar, questionar, questionar, até o momento de dizermos "CHEGA, NÃO SEI MAIS RESPONDER".
Vendo pelo lado positivo, essa espremeção toda só tende a nos ajudar. Eles conseguem nos mostrar um norte, um caminho certo a ser seguido. Porém isso não diminui a minha angústia, pelo contrário, a minhas unhas que já estavam em fase de crescimento - sim, as semanas de março não colaboraram para que as mesmas sobrevivessem - estão indo por água abaixo novamente. Ou seria goela abaixo?urghhh que nãja!
Descontroles à parte, as horas e os dias não param e o meu fluxo de idéias é inversamente proporcional a essa rapidez. Se segunda cheguei na aula sem a mínima noção do que faria, hoje, quarta-feira, estou pior ainda! Estou prestes a ter um surto psicótico! Ok, não é pra tanto...mas é um estado bem calamitoso.
A autorização de utilização de equipamentos anda comigo para cima e para baixo, o que não adianta nadicas, já que não pegarei a máquina enquanto a luz brilhante dos desenhos animados não acender sobre a minha cabeça. Informações demais, esse é o nosso maior obstáculo atualmente. É tanta coisa a ser observada e tanta loucura nesse mundinho!Antes de entrar em transe e precisar de serviços hospitalares - necessidade totalmente desnecessária diante da bactéria louca Acinetobacter sp - me esforçarei para achar um assunto relevante. Eu sei, muitas vezes eles caem de maduro na nossa cara, o dilema é como abordá-lo através de 10 fotos, nada além disso. A própria infecção bacteriana - tá certo isso?doutores do meu Brasil, perdoem-me - poderia ser retratada, infelizmente ela é invisível ao olho humano. Hehehe, brincadeirinha!
Enquanto procuro um forma de resolver isso tudo, aquela tal frase insiste em martelar a minha cuca tal qual um mantra: Afinal, qual é a MINHA pauta?