quinta-feira, 27 de março de 2008

Diário que não é de uma Princesa

Cheguei a uma conclusão: este blog é o meu diário. Ah gurias, quem nunca teve um?Eu tive e tive por vários anos. Quando muito pequena, eram mil caderninhos fofos com uma ou duas poucas frases escritas a respeito de nada, ou quase nada. Depois, já crescidinha, comecei a escrever efetivamente. Durante alguns anos consecutivos, comprei agendas - claro, nessa altura do campeonato eu já era velha demais para caderninhos com cadeados minúsculos e ineficazes - belíssimas. Recordo que as capas eram realmente belas, sendo uma dessa com a foto da Angélica!Supimpa!
Bom, as rugas foram aparecendo e as novidades ficaram mais interessantes, na mesma proporção que a vida ficou mais complicada. Hoje já não tenho porque gravar minhas "memórias", muitas vezes inúteis, em uma agenda ou algo semelhante, então utilizo este site. Eis que surge o X da questão, esqueço-me completamente aonde minhas idéias ficam armazenadas: o espaço virtual. Não entrarei no mérito do significado da palavra virtual, me perdoe Baudrillard, mas isso é complexo demais pra minha cabeça. Agora, uma coisa é certa, é impossível dimensionarmos este "espaço" e, assim, torna-se mais improvável ainda conseguirmos ter noção da repercusão de um texto publicado, ou mesmo de quem são nossos possíveis leitores.
Tentarei ser mais discreta e pensar bem antes de sair divulgando meus sentimentos. Não que isso tenha me prejudicado até agora, mas vai saber. Às vezes, acho que me falta discrição, ser um pouco mais reservada. Mas, vejam pelo lado bom, possivelmente não sofrerei com TOC ou doenças do gênero, afinal eu coloco tudo pra fora. Continuarei desabafando porque faz bem pra cuca e alivia, porém opiniões e pensamentos são mais construtivos e interessantes neste momento, digo, neste blog.

segunda-feira, 24 de março de 2008

BBB

Pauta de hoje: BBB. Sim, eu assisto. Não, isso não me faz mais burra ou prejudica o funcionamento do meu cérebro. Vamos lá.
Hoje pela manhã, ainda estava em repouso devido a um procedimento pelo qual fui submetida semana passada e resolvi assistir Ana Maria Brega. Ah poxa, to cavando minha cova - em termos jornalísticos e culturais- com esse post, mas caras, como já diria meu ilustre professor de foto Sempé, às 8h30 da manhã não há nada que se possa assistir na tv aberta brasileira. Na realidade, estava tentando pegar no sono novamente. Infelizmente, não consegui. Claro, sono dá no trabalho e não numa caminha gostosa, quando estamos abraçados num fofíssimo travesseiro e esparramados nos lençóis.
No canal em questão, estavam a apresentadora "loura" e seu fiel escudeiro tomando um café com os ex-integrantes da casa, ou nave louca como agora é chamada por Biaaaalll: Thati, Nati e Marcão. Conversa vai, conversa vem, uma maquiagem faz realmente toda a diferença, se é que vocês entendem. De repente, começa a descarada torcida pelo Rafinha. Explico.
Primeiro, Nati é convida a acordar os candidatos ao prêmio de 1 milhão. Ao "abrir" o áudio a doida começa a berrar "filhooooote, filhote de tucano acooorrrrdaaaa, vamo conveeerrrrrsaaaa". Gyselle fora completamente ignorada. Então, os dois ainda sonâmbulos e com as caras amassadas começam a conversar com os "amigos" de fora e a apresentadora da peruca com raiz preta começa a demonstrar uma grande queda pro lado da gaúcha. Fala das qualidades da guria ("uma pessoa de alma aberta"), de como ela curtiu cada momento e demonstrou suas emoções. Logo em seguida, comenta sobre a diferença de personalidade entre as duas - Gy e Nati - e pergunta para a "vencedora" o porquê dela ter ficado - ela tão fechada, quieta, na dela. A cara de tacho da piauiense foi ALGO! Detalhe: antes disso ela já tinha questionado a respeito das últimas horas na casa e largado uma: "vê se não vai ficar só dormindo e deitada agora que estão só vocês dois né?!". DEMAIS!
Bom, entre uma cornetiada e outra, Ana Maria Braga deixou claríssima sua torcida pela Natália e agora pelo Rafinha. O incentivo foi tão claro que os outros participantes sentiram-se à vontade para no final desejar em alto e bom tom "BOA SORTE RAFINHA". Achei bem verdadeiro o programa e, pelo menos, mostrou-se a indignação de boa parte do país que não entendeu o acontecido da noite anterior. Tá certo, o programa não é nenhum grande acontecimento cultural e nem nos acrescentará muito. Mas, pelo menos, se é para alguém merecer algo lá dentro que seja alguém descente, com alguma qualidade. Não vejo eles como heróis, nem acho que seja necessária tanta batalha assim para estar lá, o problema é o depois, o permanecimento na casa. Gyselle é apática, não ri e não chora. Ela não vibra, parece não sentir emoção e, além de tudo é burra. Desculpa qualquer parente ou conhecido - haha jura que algum lê - mas ela não sabe nada de nada!!Pior o Bial que ainda fica desculpando as pérolas com justificativas como a de que ela morou na França. Ahhh faça-me o favor!
No final das contas, não sei se essa mosca morta não será a vencedora. Para nossa sorte, o Rafinha permanece e é um forte concorrente. Já estou pensando até em começar a ligar para votar, juro! A explicação para o paredão de ontem é que as regiões norte e nordeste votam muito mais que o sul. Pois então tá, depois nós que somos bairristas né? Vamos à luta então e vamos tentar mudar pelo menos o rumo da vitória. O Rafinha não é gaúcho, mas pelo menos tem coração!
Ah, eu precisava escrever sobre isso...dá um desconto!

sábado, 22 de março de 2008

Sobre a imprensa

Nos meus quase 4 semestres de faculdade completos, ou seja, metade do curso, já posso afirmar ter certa noção sobre assuntos que dizem respeito ao jornalismo e à imprensa em geral. E tenho certeza sobre uma questão: ser jornalista é uma responsabilidade imensa, ou como diriam os paulistas: uma puta responsa meeeeu!
Lendo a Piauí de janeiro - sim, aproveito o feriado nessa cidade-fantasma para botar em dia a leitura das minhas revistas, incluindo os exemplares do verão - parei para pensar em como uma matéria pode influenciar a vida de uma pessoa. Todos já devem conhecer o estilo dessa publicação, para quem não sabe é uma revista voltada ao jornalismo literário que busca, acima de tudo, qualidade e não quantidade. Apesar de ter umas 60 páginas, em média, as mesmas não são ocupadas por mais de uma reportagem. Muito pelo contrário, cada matéria pode chegar a ocupar 10 páginas de uma edição. E olha que a letra é bem miúda!(prometo oferecer dados mais concretos como o tamanho exato do corpo, assim que tiver mais aulas de planejamento gráfico, por enquanto aprendi apenas o que é paica - maldita paica!!)
Então, como ia dizendo, lia o exemplar de janeiro e me deparei com uma reportagem sobre o José Dirceu, intitulada "O consultor". A repórter fez um belíssimo trabalho, eu diria até que ela conseguiu escrever um verdadeiro perfil do ex-ministro Chefe da Casa Civil, envolvido no escândalo do mensalão. Mas o que um CORRUPTO como este teria a ver com a importância da imprensa?Absolutamente tudo.
Ao longo da reportagem, vamos conhecendo detalhes íntimos da vida do ex-deputado. Passamos a descobrir um outro Dirceu e percebemos as mudanças ocorridas na vida do mesmo, após o famigerado escândalo. A cada palavra lida, temos menos certeza a respeito da sua canalhice. Sim, ele parece completamente encaixado dentro da normalidade de um ser honesto, íntegro e preocupado com o bem do seu semelhante. A revista, em momento algum, parece ser parcial. Não o acusa e também não o defende, simplesmente descreve sua rotina de forma neutra. Isso mesmo, eu disse neutra. Não vivo uma utopia e sei muito bem a parcialidade do jornalismo atual, inclusive acho isso natural e necessário. Entretanto, contrariando qualquer previsão, a Piauí consegue ser neutra. Para mim, esta é a grandeza do chamado jornalismo literário, expor os fatos detalhadamente sem expor opiniões. O julgamento fica a nosso critério.
Voltando ao que me despertou para esse post, na reportagem, José Dirceu passa por vários momentos constrangedores em suas viagens. Poucos, mas suficientes inconformados o insultam com palavras de baixo calão, o xingam afuzel para dizer no português bem claro. Sim, e daí?Ele merece caramba, olha tudo o que o cara fez! Esse é o X da questão. Em momento algum, ele tenta os enfrentar, a todo instante engole a seco e leva os desaforos para casa. Também, em instante nenhum ele procura se defender, pois parece ter plena consciência dos atos cometidos no passado. A única vez em que demonstra indignação é quando fala de antigos "colegas" de trabalho, os políticos que fizeram de tudo para desmacará-lo, mas que, segundo ele, esqueceram para quem ia toda a dinheirama.
Longe de querer discutir o caso do já exilado e plastificado Zé, quero aqui refletir a respeito da imprensa. Somos - e já começo a me incluir nesse bolo- responsáveis por aquilo que vinculamos e, querendo ou não, acabamos influenciando a opinião da população. E estamos muito enganados quando pensamos nessa influência a partir de determinadas camadas sociais. Basta abrirmos um jornal para lermos que Sr. Fulano de Tal fora acusado de receber proprina do Sr. Sicrano. E aí mora o perigo. Corruptos, ladrões, sem-vergonhas, desonestos, ou quaisquer que sejam as categorias que os pilantras estejam inseridos, devem sim serem desmacarados. Os nomes sujos precisam manchar os jornais e serem escancarados na televisão. Mas é preciso ter cautela, é preciso ter certeza. É muito fácil estampar o nome de um acusado, porém, antes de um julgamento concreto, o mesmo continua sendo apenas acusado. O problema está na aceitação dos leitores e do público em geral. As pessoas que consomem as informações dificilmente esperam tal julgamento para fazerem os seus próprios. É muito mais simples imaginarmos um suspeito como réu culpado. Afinal, se tem algum indício é porque algo de errado já fez. A solução para isso? Talvez a diminuição da cobrança e da necessidade do tão famoso "furo". Não estou querendo defender Dirceus ou os 40 ladrões. Só penso nos danos provocados na vida de um ser humano pela "simples" publicação de uma notícia. Hoje, Dirceu abaixa a cabeça, mexe no celular e finge não escutar os xingamentos alheios. Foi a maneira que ele encontrou de não perder o controle e admitir sua culpa. Mas e outros tantos acusados, eu escrevi a-c-u-s-a-d-o-s, envolvidos em casos como o daquela escola paulista - Escola Base - que culpa alguma tinham?

quinta-feira, 13 de março de 2008

Ainda existe esperança nas pessoas

Ontem fui dormir tendo a certeza de que tudo daria certo e, hoje, essa parece ter sido concretizada. O dia está apenas começando, mas já pude ter uma idéia do que vem pela frente. Lembram da minha indignação a respeito do mau atendimento? Pois bem, logo pela manhã ficou comprovado: ainda existem pessoas legais e atenciosas nesse mundo, não podemos generalizar.
Fui à Pucrs e tudo foi tão simples, tão rápido. Ao contrário do estresse provocado pela falta de vontade alheia na noite anterior, a nuvem positiva voltou a circundar meus pensamentos. Uma moça da secretaria - deveria ter pego o nome dela - me tratou muito bem e cumpriu exatamente a função dela: facilitar - de forma simpática. Além de ter aceito meu formulário, ela ainda foi prestativa e disse que eu poderia ligar um pouco mais tarde a fim de saber se tudo corria bem com o meu documento. Tão, tão simples. Caso a coordenadora não fosse à Famecos, ela poderia pedir para a Diretora assinar nos dois campos referentes às assinaturas. Tão, tão simples. E ainda não veio com um discurso "achista". Enfim, ela reforçou minhas esperanças.
Aliás, apenas para aproveitar esse contexto de esperança nas pessoas, gostaria de citar um "causo" acontecido na semana passada. Estava eu a andar até a minha casa quando dobrei a esquina e um pai e um filho, creio eu, desceram de seu prédio e começaram a andar vagarosamente na minha frente. Não gosto de vagarosidade, quem me vê pelas ruas sabe que praticamente acredito estar na São Silvestre, mas, especialmente naquele momento, não estava preocupada em andar rápido. Eles trancavam um pouco o meu caminho, mas, mesmo assim, não me sentia prejudicada. Resolvera que andaria a passos de tartaruga. Para qual não foi minha surpresa, o gurizinho olha para trás e percebe minha presença. No mesmo instante, ele se preocupa em chegar um pouquinho para o lado, para que eu possa passar. É lindo ou não é? Uma criança de 5 ou 6 anos preocupada com boas maneiras, em plena rua. Uma criança solidária!!!



OBS.: Ser extremamente rico agora é um pecado. Só não sei quantos terços o Vaticano terá de rezar para se redimir e buscar o perdão de Deus...

quarta-feira, 12 de março de 2008

DESABAFO

É incrível, mas parece que bastou eu escrever a respeito do meu perfeito estado emocional e o bem-estar sentido ultimamente para as coisas começarem a "degringolar". Hoje foi um daqueles dias que a gente não deveria ter acordado. Não sei se vocês entendem o que quero dizer. Acredito que sim, afinal nem tudo são flores.
No meio da madrugada já acordei com uma dor de cabeça ABSUUUUUUUUURDA, sério eu nunca tive nada parecido. Pra dar uma idéia, só consegui dormir rezando "ave maria". É, nessas horas eu vejo que Deus existe. Talvez não aquele estereótipo clássico com barbas e tudo mais, eu diria que não há como personificá-lo e nem afirmarmos com tanta convicção algo a respeito da sua existência, porém, todavia, contudo, entretanto, existe uma força superior enorme em volta da gente. Um força que nos acalma, nos da força e nos tranqüiliza.
Bom, mudando da água para o vinho (ou vice-versa, levando-se em consideração todo o ritual católico do sangue - vinho parará, perere), meu dia não foi legal. Minha cabeça parece estar prestes a explodir e meu corpo não está em conjunção com o meu espírito, definitivamente.
Para variar, estou indignada com a Puc, minha super faculdade. Tá, não adianta ficar só reclamando no blog, sabendo já. E também sei que ela tem muitas qualidades, caso contrário eu mesma não estaria cursando jornalismo por lá, obviamente. Um outro dia, quem sabe, defendo ela e meus professores, que, aliás, não merecem nenhum palavrão meu. Mas, irrita sabe. O que me tira do sério MESMO é o atendimento. Não sou e nunca fui daquelas de ficar jogando na cara dos outros frases ao estilo "eu tô pagando esta merda", até porque, na minha visão, não é beeem assim que funciona, ou pelo menos não ERA . O problema é que, nesse caso em específico, a gente está pagando MUITO e parece que tudo é um grande favor. A falta de informações é algo impressionante e só não é pior que a má vontade das pessoas que ficam o tempo todo achando que estão fazendo muito por ti. Não bastasse isso, ainda repetem o tempo inteiro: "Não tenho autorização para isso". Um exemplo? Duas folhas de ofício A4. Puta, às vezes da pena do funcionário, afinal ele não tem permissão. Mas poxa, mais pena tenho de mim que estudo numa instituição caríssima, pertencente ao Papa e não tenho direito a duas, vejam bem, DUAS folhas de ofício em um momento de desespero.
Voltando ao atendimento, como isso é uma questão que abrange uma delimitação territorial muito mais extensa que os muros da Pucrs (muros?muros pra quê?), algo que assola o Brasil inteiro, me limito a não escrever mais para não ser injusta com determinados setores (como a Assessoria para assuntos internacionais, na qual fui muito bem atendida) ou pessoas (vale citar a minha coordenadora, muito atenciosa). Não gostaria de cometer alguma gafe devido ao momento de euforia-raiva-excitação-adrenalina pelo qual me encontro agora.
Desculpa qualquer coisa galerinha, precisava APENAS DESABAFAR. Recebi alta da minha psiquiatra há muito tempo e não quero alugar os ouvidos de ninguém (mais do que já aluguei os das gurias no carro). Assim, quem tiver a fim que leia, isso sim é democracia!
Logo toda essa miscelânia de sentimentos passa e uma única certeza me alegra: tudo dará certo no final.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Por que criamos vergonha na cara?

Eu gostaria muito de saber a resposta. Acredito que, com o passar dos anos, vamos ficando cheios de pudores, mais críticos e, por isso, mais envergonhados. Não que isso aconteça com todo mundo, tem muita gente por aí sem a mínima vergonha na latinha e sem previsão de data para criá-la. Falo no meu caso específico mesmo, eu, Júlia Preis.
Pode parecer mentira, mas me considero bastante tímida. E isso é sério, muito sério. Para a maioria das pessoas conhecidas essa frase deve ter soado como ironia ou quem sabe até possa ter causado certo espanto, i know, i know. Mas, acreditem, é a mais pura das verdade. Óbvio, não sou daquelas que chega a suar frio em determinadas situações, que deixa de fazer algo por timidez. Aliás, apresentar trabalhos na faculdade não é um grande problema. A questão é muito pior, eu fico vermelha. A-pior-coisa-do-mundo.
E o mais trágico disso tudo é que nem sempre foi assim. Por isso, talvez, eu fique mais preocupada agora e me ache tímida. Quando piá eu era uma verdadeira sem-vergonha, uma pessoinha mais cara-de-pau impossível!! Era teatro, apresentação, poesia, leitura, tudo eu queria fazer e tudo eu fazia, até mesmo "trovadora" já fui, em pleno saguão escolar e vestida de prenda! Acontece que, aos poucos, a gente cresce e a auto-crítica só aumenta. Já não damos nossa cara tão à tapa assim, pensamos bem antes de aparecer tanto em público - platéia, melhor dizendo. As coisas realmente mudaram...
Hoje fico vermelha em qualquer situação, em qualquer lugar e a qualquer hora. O mais triste é: "Júliaaa, tá vermelha!!!" Será que as pessoas não percebem o quanto eu A-D-O-R-O esse tipo de situação? É algo completamente involuntário que acontece num piscar de olhos e sem tempo de se evitar. Não somente a face fica corada como as orelhas também e um fogo toma conta da gente que dá para saber direitinho quando se está com as buchechas rubras. Daí, para se ficar mais vermelha ainda e tentar despistar a atenção dos outros são dois toques. Já li algumas coisas sobre ter pele seca e ser do signo de Touro, realmente possuo essas duas características, agora se são esses os motivos reais, eu não sei. Sei que, em grande parte dos casos, por incrível que pareça, não estou com vergonha ou nervosa. Imaginem, encontro uma pessoa na rua e pimba: carinha corada. Não quer dizer que eu tenha algum sentimento diferente pela mesma ou algo do gênero, mas acontece, SEMPRE e com QUALQUER um que eu encontre.
Eu sofro com isso e sofro por antecipação, pensando que ficarei vermelha. Sabendo exatamente como ficarei, já lembro da cara das pessoas me olhando num misto de constrangimento e vontade de soltar aquela piadinha. Nunca é diferente.
O incrível da minha "vergonha" toda é que quanto menos gente pior, exato, eu disse MENOS. Parece que 5 pessoas me constrangem mais que uma multidão. Devo ter nascido para ser líder de alguma coisa ainda não descoberta. hehe Não é querer "se achar"; posso explicar. Quando há uma multidão - tá pode ser umas 100 pessoas né, também não falo em 10 milhões - a gente não precisa encarar ninguém de frente, não precisa olhar no olho ou lembrar que fulaninho de tal está na platéia. Não é preciso nem utilizar a famosa técnica do "imaginar a platéia nua", é só pensar como a Julinha de anos atrás: "Se eu ficar encabulada, farei feio e ninguém vai gostar, daí sim precisarei ter vergonha". Parece idiota e, na verdade é, mas funciona!Acreditem! Foi assim que consegui a façanha de ser oradora de turma pela segunda vez, quando estava no 3º ano do colégio e já tinha vergonha o suficiente acumulada no corpo.
É a vida né...enquanto não descubro uma técnica para controlar o vermelhão ( quem a possuir, please, ajude uma garota desesperada), vou tentando disfarçar por aí. Da próxima vez que me encontrar não precisa achar que eu tenho vergonha da sua pessoa, que fico encabulada com a sua presença ou tenho algum sentimento do tipo que evoca aquele "hmmmmmmmmm", é apenas mais um minuto corada, nos meus quase 20 anos.

sábado, 1 de março de 2008

Afinal, filmes nunca são de mais.

Aproveito o findi na cidade para atualizar o meu espaço. Resolvi falar sobre cinema, visto que essa semana consegui assistir a quatro filmes (nossa, agora parei para fazer a contagem, 4 filmes em 5 dias...praticamente uma overdose!).
Para quem não sabe, nesta semana aconteceu o 4º Festival de Verão Internacional de Porto Alegre. Filmes de vários países, em 4 salas de cinema. Porém, não foi apenas o evento que me "carregou" ao Guion e ao Arteplex, mas também a minha última semana sem aulas.
Começando pelo início como disse Thiago Lacerda agora há pouco no tal de "Dream Fashion não sei das quantas" - evento de "moda" mais pra show de D2 do que não sei o quê. Segunda-feira fui ao Guion com o meu respectivo ( irmão, não é pra se emocionar) para prestigiar O Grande Chefe, do maluco Lars Von Trier. Não sei muito a respeito do cara, mas posso afirmar que ele é maluco, doido de pedra!Aliás, diretores e atores são pessoas ainda um pouco desconhecidas no meu universo. Tá, atores eu sei vários gente..., quem não conhece o Brad ou o Jonny...brincadeirinha...hehe. Agora diretores eu não conheço mesmo, mas estou aprendendo. Até já tive uma cadeira de cinema na faculdade e aprendemos sobre o diretor dinamarquês e toda a história do Dogma 95, mas acho que a gente se intera do assunto MESMO com a prática, ou seja, sendo espectador. Enfim, o filme era bom, tinha um humor bem sarcástico e era narrado pelo próprio diretor. Infelizmente, não foi o meu eleito da semana. Mas, valeu a experiência e fazia parte do festival né.
Na terça-feira, escolhi outro filme da mostra internacional, dessa vez um francês (tava demorando...). Cada um com seu cinema, do...melhor não citar todos os diretores, afinal ao todo são 35. Calma, melhor explicar. Trata-se de um filme coletivo composto por curtas-metragens dos principais cineastas da atualidade, entre esses nomes como Iñárritu, Water Salles, David Lynch e Lars Von Trier (o louco novamente). Ok, o "tal" de Lynch é muito pior (melhor?) no quesito loucura. Esse sim é insano!Quem lê pensa, "pqp que esta guria quer dar pitaco sobre diretores sem entender lhufas e ainda usando argumentos levianos a respeito dos caras?!?!". Como disse antes, ainda não entendo muito a respeito do assunto, simplesmente não sei. Sei que o americano é trash, cult e seus filmes nada convencionais. Andei lendo alguma coisa que outra, mas internet não é a fonte mais confiável do mundo. Então, ao menos por enquanto, prefiro me deter em qualificá-lo como louco. Pois, na minha opinião, além de influências, escolas, movimentos ou seja lá o que for, a loucura ronda muito a idéia desses diretores. Voltando ao filme, ou melhor, ao conjunto de curtas; adorei. Bom mesmo. Claro, entre 35 "histórinhas" uma que outra não "cola" muito. De qualquer forma, a grande maioria mostra o tema (cinéfilos, situações em salas de cinema) de uma maneira muito interessante. As comédias são de uma sutilidade incrivelmente parecida com a de um elefante. Quem perdeu, por favor, assista. Continua em cartaz. Atenção especial ao curta "Profissões", surpreendente!Hahahaha O mais legal é poder rir, chorar, ficar na dúvida, surpreender-se, sensibilizar-se, tudo em uma única sessão. Temos de espectador "tarado" a crianças africanas, passando pelas histórias amorosas ligadas pela pipoca e bombas que não dão trégua nem às películas.
Na quarta-feira, fui ao Arteplex esperando ver Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho. Um documentário comentadíssimo, que mescla histórias reais com ficção. Contadas por mulheres anônimas e as atrizes famosas: Andréa Beltrão, Fernanda Torres e Marília Pêra. Queria realmente prestigiar essa obra. Estava pronta para ser confundida pelos depoimentos falsos e verdadeiros das "personagens", quando soube que a sessão estava lotada. Ficou a vontade - não sei se é o sucesso ou o tamanho pequeno da sala 8 reservada para os filmes do festival. Sei que acabei assistindo Juno, vencedor do Oscar de melhor roteiro original, de Diablo Cody. Um filme light e perfeito para umas boas risadas. O texto é muito bom e as falas da personagem de Ellen Page melhores ainda. A reação dos pais dela ao descobrirem a gravidez é a mais clássica, TUDO é esperado, MENOS um filho para uma menina de 16 anos. E quando digo TUDO é TUDO, até usar drogas seria menos preocupante, na opinião do divertido pai. Diversão garantida com uma boa dose de inteligência, o que falta em grande parte das comédias americanas.
Enfim, chegou sexta-feira (sim, quinta ficou fora da lista, precisava de uma folga). Eu e minhas colegas famequianas ficamos em Porto Alegre e decidimos fazer um programa a trio. Super românticas, fomos ao cine. A idéia de assistir Persépolis foi da Bruna. O longa de nome esquisito me intrigava. Não sabia o que esperar de um filme de animação, dublado por atores franceses, a respeito da história do Irã. Acabei não esperando nada e encontrei tudo. Os desenhos em preto e branco, de início, parecem estranhos aos nossos olhos. É difícil acostumar-se a um filme sem atores reais que, por outro lado, também não é da Pixar, bonitinho e coloridinho como Nemo. A história sofrida de Marjane é narrada pela própria personagem, na língua estrangeira mais bonita do mundo. Além de uma aula de história das boas, os elementos usados prendem nossa atenção, ainda mais quando conseguimos perceber certos detalhes como a referência à tela "O Grito" em uma cena de desespero da personagem ao ver uma mão decepada após uma explosão (sei lá se era pra ser uma referência, mas eu enxerguei isso). Não sei explicar o porquê, mas se não fosse desenho, seria ridículo. Essa é a verdade. Uma história assim só poderia ser contada através de desenho e exatamente daquela maneira.
Para variar, já escrevi além da conta. Deixo pra vocês um "pequeno" e humilde relato de uma apreciadora e, quem sabe um dia, entendedora da 7ª arte. Afinal, filmes nunca são de mais.