Se tem uma coisa que eu gosto de fazer aos sábados pela manhã é ler o caderno Cultura, da Zero Hora. O nome e a diagramação parecem afastar leitores "comuns". Quando abrimos um suplemento que fala sobre artes, literatura, música, jornalismo e tudo com textos maiores que aqueles que estamos acostumados, pensamos logo em desistir, deixar para uma outra hora. Afinal, caderno de cultura é coisa para intelectuais!Mero preconceito.
As matérias são escritas em um português muito mais claro que o imaginado. O público-alvo deve até ser uma camada mais restrita da sociedade, mas nada nos impede de tentar. Alguma vez tive esta brilhante idéia e gostei. Longe de ser uma amante incondicional de livros, uma profunda entendedora de literatura, eu, uma estudante comum em nível universitário, "perco" um tempinho com isto. Confesso que não leio todo o jornal, mas tenho uma ótima explicação para isso: um dos meus trabalhos, durante a semana, é taxação de jornal. Folheio as páginas de quatro diários de Porto Alegre, o que me fez pegar "certo" asco às folhas cinzentas. Minhas mãos ficam imundas. É nojento. Porém, não estou congelando meus dedos nesta friaca gaúcha para falar exatamente sobre jornal. E sim sobre o conteúdo que hoje absorvi do mesmo.
O tema central do caderno é a Fundação Iberê Camargo. Nas páginas que seguem há explicações sobre a arquitetura do prédio - motivo de orgulho para a cidade, já que, ao que tudo indica, a capital acaba de entrar no circuito internacional com a enigmática obra de Álvaro Siza. em seguida, podemos conhecer melhor a obra do artista, além de saborear uma entrevista com a viúva, Maria Camargo.
Não entendo muito sobre o assunto, mas, trabalhando há mais de um ano em um escritório de arquitetura e tendo uma mãe interessada no assunto, posso dizer que não sou de um todo leiga. Admiro esta arte - para mim, arquitetura é arte - do início ao fim. Pela fotos que já vi, a construção é mesmo impressionante. Sem contarmos toda a questão sustentável do projeto. As soluções são interessantes e, ao mesmo tempo, simples.
Devo dizer também que, antes de todo alvoroço provocado pela inauguração do museu, eu não sabia muito sobre a obra de Iberê. Ter uma mãe que foi professora de artes por mais de 25 anos ajuda e muito. Nomes de artistas, escolas e influências foram sempre muito presentes na minha vida. Na época da fita de vídeo, muitas vezes acompanhei minha mãe escolhendo aquela que seria passada para a turma, em sala de aula. Eram vídeos sobre Van Gogh, Picasso, cores quentes e frias, expressionismo e tudo mais. O nome de Iberê parecia-me bastante familiar, ao contrário de sua obra. Através da reportagem de Zero Hora, hoje posso dizer estar muito mais "por dentro" do assunto.
E, justamente esta matéria, me despertou a vontade de conhecer o local. Não costumo ir a museus. Aliás, isto é um fato interessante. Quando viajamos vamos a museus como loucos. Podemos estar em Cacinbinhas que achamos o Museu do Salame que seja para conhecermos. Em Paris, fui até mesmo no Museu de História Natural. Tá, macacos e ossadas de dinossauros até que não são tão chatos, mas não me atraem nem um pouco. Retornando à Porto Alegre, continuamos na vida de sempre.
Já fui no Margs, conheço o Santander e o Centro Cultural CEEE. Entretanto, posso contar nos dedos quantas vezes passei por estes lugares. Trabalho na Secretaria de Cultura e a todo momento exposições novas estão à disposição do público, gratuitamente, na Usina do Gasômetro. Me pergunte a quantas delas assisti?Provavelmente, nenhuma. É uma vergonha, somos uma vergonha.
Claro que ao museu da Padre Cacique irei. Parece impensável não ir. Bom, vendo pelo lado positivo, é melhor que nada. Mas foi justamente quando pensei na minha programação cultural que me deparei com uma grande questão: o transporte público. Parece piada, mas infelizmente é a realidade. A cidade recebe uma obra desta magnitude, com investimentos de 40 milhões. A mídia investe na divulgação. Todos estão contentes, orgulhosos e certos de que agora finalmente Porto Alegre caminha para a tão sonhada capital da cultura. A esperança de que a população se empolgue com a novidade e comece a se interessar e mesmo se acostumar com arte é totalmente cabível. A entrada gratuita do museu é um incentivo. Encontramos apenas um único e "insignificante" probleminha: não existe transporte público até o local. No jornal há um box onde é possível saber quais linhas de ônibus nos levam até Iberê Camargo, perfeito, até lermos um detalhe. "Existe uma parada próxima ao museu, na volta a pessoa deve se dirigir até blábláblá". O que seria próxima?Para uma pessoa de 60 anos próxima pode significar a 30cm, para um maratonista, a 30km. Na volta, temos de caminhar até o Big Cristal.
Vocês podem pensar que o público do museu tem carro. A venda de veículos no Brasil aumenta a cada mês, não à toa caminhamos, se já não estamos, para o caos dos engarrafamentos diários. Tudo isso é verdade. Mas também é bem verdade que muitas pessoas dependem do transporte público. Eu mesma sou um belo exemplo, minha família não possui carro. Não, não somos de outro mundo. E garanto que pegar ônibus todo o dia não dói. Tá, um pouco, T9 às 18h não é legal, mas enfim. O que me indignou foi a falta de preocupação com esta simples e importantíssima questão. Querem que o povo adquira hábitos culturais. Como? Se nem mesmo o acesso até esses temos.
sábado, 31 de maio de 2008
quarta-feira, 14 de maio de 2008
PETITE
Aviso aos navegantes: o nome do meu blog mudou!Sim, vocês podem não notar a diferença, mas agora o "petit" tem um "e" no final.
Acreditem, eu tinha errado o nome do meu próprio blog!hehe Acontece...Explico-lhes.
Quem tem uma noção de francês sabe que as palavras mudam conforme o gênero. Geralmente quando é feminino tem um "e" a mais. Portanto, petit, no caso de uma moça pequena é petite. Petit de gateau, aquele que vocês comem no Habib's ou no River, para os mais conceituados, é sem "e" mesmo. Porque seria "pequeno bolo", ou bolinho como brasileiro gosta de dizer.
Sendo assim, "bestiole" que significa besta merece um "pequeno" feminino, ou seja, pequena, ou seja, petitE. hehehe
Confusões língüísticas deixadas de fora, informo-lhes o novo e correto endereço do meu blog: www.petitebestiole.blogspot.com
Agora sim, uma "bestinha" legítima!hehehe Aproveitando o ensejo, a escolha do nome se deu apenas pelo fato da escrevinhadora deste blog gostar da expressão. Tive um professor de francês do Congo, África, que uma vez explicou o que eram "petites bestioles", jamais esquecerei a cara dele e o português meio torto dizendo: é...são "bicinhos", pequenas bestas!!
Acreditem, eu tinha errado o nome do meu próprio blog!hehe Acontece...Explico-lhes.
Quem tem uma noção de francês sabe que as palavras mudam conforme o gênero. Geralmente quando é feminino tem um "e" a mais. Portanto, petit, no caso de uma moça pequena é petite. Petit de gateau, aquele que vocês comem no Habib's ou no River, para os mais conceituados, é sem "e" mesmo. Porque seria "pequeno bolo", ou bolinho como brasileiro gosta de dizer.
Sendo assim, "bestiole" que significa besta merece um "pequeno" feminino, ou seja, pequena, ou seja, petitE. hehehe
Confusões língüísticas deixadas de fora, informo-lhes o novo e correto endereço do meu blog: www.petitebestiole.blogspot.com
Agora sim, uma "bestinha" legítima!hehehe Aproveitando o ensejo, a escolha do nome se deu apenas pelo fato da escrevinhadora deste blog gostar da expressão. Tive um professor de francês do Congo, África, que uma vez explicou o que eram "petites bestioles", jamais esquecerei a cara dele e o português meio torto dizendo: é...são "bicinhos", pequenas bestas!!
domingo, 11 de maio de 2008
Abaixo da cintura ela não detecta.
Apresento-lhes a invenção mais imbecil do mundo: porta eletrônica de banco!Sim, aquelas máquinas giratórias servem para nada, ou melhor, servem apenas para estressar a pessoa.
Não falo baseada em dados concretos, em pesquisas realizadas por centros que medem o estresse nosso de cada dia, falo por experiência própria. Não sei se os assaltos a bancos diminuiram significativamente com a colocação destas giringonças, pode até ser que sim. Mas, pelo o que sei, as portas feitas para barrar objetos de metal jamais impediram, de fato, o ato de ladrãos.
Não existe coisa mais estressante que tentar entrar e sentir a porta trancada. É muito irritante, dá vontade de quebrar tudo!Para os homens nem é muito trabalhoso tirar uma chave e um celular do bolso. Agora para as mulheres...ainda mais que a bolsas gigantes são a última moda!A gente soca tanto badulaque dentro de uma bolsa-mala que fica inviável tentar lembrar de tudo o que é de metal, isso quando a própria não tem uma fivela ou um detalhe metalizado.
O povo entra, tranca, volta, sai, tira guarda-chuva, chave, chaveirinho, chaveirão. É celular, grampo, isso, aquilo e mais um pouco. Quando nos damos conta estamos praticamente em uma revista íntima de um presídio.
As máquinas são burras e programadas. Não carregam consigo uma bagagem cultural, não têm capacidade de discernimento e não entendem nada sobre preconceito. É bem verdade que, para se estabelecer a ordem precisamos de regras, normas. Fica difícil estabelecer-se organização em uma sociedade através de privilégios. Entretanto, creio eu, devemos aplicar regras eficazes. O paradoxo na nossa sociedade atual, pelo menos na brasileira, é justamente a inversão da aplicação dessas normas.
Cidadãos de bem - ao menos no que se refere ao assunto violência - pessoas comuns que pagam seus impostos e trabalham suado para sobreviver. Sim, estou falando de classe média, povo rico não vai a banco. Povo chique é outra coisa!Essas pessoas são submetidas a verdadeiras humilhações cotidianas. Somos obrigados a deixar toda a vida em uma caixinha de acrílico para adentrar em um banco e poder pagar as contas. Nos escondemos atrás das grades como verdadeiros marginais. Vivemos acuados e com medo do perigo.
Mudei o rumo do post, pois ficarmos trancados, impedidos de entrar em um banco, vai muito além do estresse, é o rebaixamento do ser humano. Só escrevendo sobre isso comecei a me dar conta. Não falo nada de novo, há muito tempo se discute esta inversão, o fato da sociedade viver numa prisão. Este assunto é muito mais complexo que um simples post, sinceramente, não vejo soluções, pelo menos a curto e médio prazo.
Só não entendo por que ainda somos obrigados a girar loucamente em uma espécie de cápsula seletiva, se os bandidos fazem o que querem e quando querem!Parece que o treco não tem a capacidade de captar metais quando esses estão abaixo da nossa cintura. Não estou dando uma dica para os ladrões, eles estão careca de saber e colocar as armas nas pernas. Até a minha mãe utiliza a técnica de abaixar a bolsa para não se estressar!
Não falo baseada em dados concretos, em pesquisas realizadas por centros que medem o estresse nosso de cada dia, falo por experiência própria. Não sei se os assaltos a bancos diminuiram significativamente com a colocação destas giringonças, pode até ser que sim. Mas, pelo o que sei, as portas feitas para barrar objetos de metal jamais impediram, de fato, o ato de ladrãos.
Não existe coisa mais estressante que tentar entrar e sentir a porta trancada. É muito irritante, dá vontade de quebrar tudo!Para os homens nem é muito trabalhoso tirar uma chave e um celular do bolso. Agora para as mulheres...ainda mais que a bolsas gigantes são a última moda!A gente soca tanto badulaque dentro de uma bolsa-mala que fica inviável tentar lembrar de tudo o que é de metal, isso quando a própria não tem uma fivela ou um detalhe metalizado.
O povo entra, tranca, volta, sai, tira guarda-chuva, chave, chaveirinho, chaveirão. É celular, grampo, isso, aquilo e mais um pouco. Quando nos damos conta estamos praticamente em uma revista íntima de um presídio.
As máquinas são burras e programadas. Não carregam consigo uma bagagem cultural, não têm capacidade de discernimento e não entendem nada sobre preconceito. É bem verdade que, para se estabelecer a ordem precisamos de regras, normas. Fica difícil estabelecer-se organização em uma sociedade através de privilégios. Entretanto, creio eu, devemos aplicar regras eficazes. O paradoxo na nossa sociedade atual, pelo menos na brasileira, é justamente a inversão da aplicação dessas normas.
Cidadãos de bem - ao menos no que se refere ao assunto violência - pessoas comuns que pagam seus impostos e trabalham suado para sobreviver. Sim, estou falando de classe média, povo rico não vai a banco. Povo chique é outra coisa!Essas pessoas são submetidas a verdadeiras humilhações cotidianas. Somos obrigados a deixar toda a vida em uma caixinha de acrílico para adentrar em um banco e poder pagar as contas. Nos escondemos atrás das grades como verdadeiros marginais. Vivemos acuados e com medo do perigo.
Mudei o rumo do post, pois ficarmos trancados, impedidos de entrar em um banco, vai muito além do estresse, é o rebaixamento do ser humano. Só escrevendo sobre isso comecei a me dar conta. Não falo nada de novo, há muito tempo se discute esta inversão, o fato da sociedade viver numa prisão. Este assunto é muito mais complexo que um simples post, sinceramente, não vejo soluções, pelo menos a curto e médio prazo.
Só não entendo por que ainda somos obrigados a girar loucamente em uma espécie de cápsula seletiva, se os bandidos fazem o que querem e quando querem!Parece que o treco não tem a capacidade de captar metais quando esses estão abaixo da nossa cintura. Não estou dando uma dica para os ladrões, eles estão careca de saber e colocar as armas nas pernas. Até a minha mãe utiliza a técnica de abaixar a bolsa para não se estressar!
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Só para constar
Ontem fui no cinema. Horário da sessão: 15h. O filme: Cassandra's Dream, de Woody Allen. Após o primeiro diálogo: Júlia Preis começa a "pescociar". Óbvio, dormi no cinema. Foi só falar em sono...
Não cheguei a cair em um sono profundo; tiveram momentos que eu até consegui escutar as falas e entendê-las mesmo de olhos fechados e pescoço caído - dentro das possibilidades, evidente.
Perdi cenas e mais cenas; nada tão prejudicial para o entender da carroagem. Mas perdi. Fiquei de cara comigo mesma, mas foi incontrolável. Falta de controle no último grau da escala-efeitos-colaterais-da-picada-da-mosca-tsé-tsé (vide post anterior). Meu irmão disse que não vai me levar mais no cinema.
Só me resta um conselho: nunca vá ao cinema antes das 17h, quando tiveres acordado antes das 8h.
Meu único consolo: vi início, meio e fim. Consegui entender o roteiro.
Não cheguei a cair em um sono profundo; tiveram momentos que eu até consegui escutar as falas e entendê-las mesmo de olhos fechados e pescoço caído - dentro das possibilidades, evidente.
Perdi cenas e mais cenas; nada tão prejudicial para o entender da carroagem. Mas perdi. Fiquei de cara comigo mesma, mas foi incontrolável. Falta de controle no último grau da escala-efeitos-colaterais-da-picada-da-mosca-tsé-tsé (vide post anterior). Meu irmão disse que não vai me levar mais no cinema.
Só me resta um conselho: nunca vá ao cinema antes das 17h, quando tiveres acordado antes das 8h.
Meu único consolo: vi início, meio e fim. Consegui entender o roteiro.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Óculos escuros e um autocontrole nos membros
Sono é algo involuntário. É tão incontrolável que chega a ser ridículo. Quando a mosca tsé-tsé me pica também fico ridícula. A cabeça parece pesar 100kg, o pescoço não aguenta, o queixo encosta no peito. É patético ver alguém com sono, chega a dar pena.
Nos tempos do bom e velho Rosarião, eu tentava me concentrar e prestar atenção na minha aula de física. Esforço em vão, tentativa inútil. Sentava na frente, praticamente grudada no quadro-negro-verde e não parava de pestanejar. A voz da professora era o que existia de mais sonífero na face da Terra. Era ela começar a falar em MCU, MRUV pra criatura aqui começar a sonhar. O pior de tudo, na cara dela. Mesmo assim, nunca desisti. Passei o ano inteiro sentando no mesmo lugar, segurando a caxola nas palmas das mãos. Não à toa, quase rodei no outro ano, no fatídico "terceirão". Sim, eu quase rodei. A mais pura e cruel das verdades amiguinhos, mas no Rosário o povo roda no terceiro ano.
Mas por que mesmo eu lembrei de todo meu sono escolar? Ah sim, por causa do T9 de ontem. Ok, era 17h30 da tarde, fazia aquele tempinho cretino à la London e o bus estava quentinho. Quentinho gostoso, não aquele calor de suar o bigode que sentimos ao entrar nos lugares que utilizam ar-condicionado marcando 30º graus no inverno. Para começar bem, a cobradora estava dormindo. Pobre tia, ficar parada ali deve ser um saco. Tédio mortal. O problema é que a roleta precisa ser liberada, foi mals, tive que dar uma respirada mais profunda, fazer aquele "cof-cof" simpático. Milagrosamente, após girar a catraca, consegui um lugar para descansar o corpinho. Na janela!Incrível!
Péssimo. Um polaco sonolento senta-se ao meu lado. Eu nem tinha percebido que o cara estava com sono, até a primeira "roçada" na minha perna. Até aí, tudo certo. Mas ele tinha um distúrbio. Certamente, trocou o amolecer de pescoço pela abertura de pernas. A cada "pescada", uma roçada. E assim eu fui, da Encol até a Puc. Não foram 1, nem 2, nem 3 vezes! Eu juro, senti muita vontade de dar um tapa na cara dele.
Não costumo ser TÃO agressiva assim, sequer já dei um tapa na cara de alguém, acho isso horrível, mas que deu vontade, deu. Já estava visualizando a cena, eu virando com tudo, enchendo a mão e dando uma na orelha do cara. Não sei como, me controlei. O espaço disponível para tal ato violento não era dos melhores. Mais fácil quebrar a mão que acertar o cara.
Sono é incontrolável, mas a minha perna não é encosto!Da próxima vez, ele que aprenda a malandragem do busão: óculos escuros e um autocontrole nos membros.
Nos tempos do bom e velho Rosarião, eu tentava me concentrar e prestar atenção na minha aula de física. Esforço em vão, tentativa inútil. Sentava na frente, praticamente grudada no quadro-negro-verde e não parava de pestanejar. A voz da professora era o que existia de mais sonífero na face da Terra. Era ela começar a falar em MCU, MRUV pra criatura aqui começar a sonhar. O pior de tudo, na cara dela. Mesmo assim, nunca desisti. Passei o ano inteiro sentando no mesmo lugar, segurando a caxola nas palmas das mãos. Não à toa, quase rodei no outro ano, no fatídico "terceirão". Sim, eu quase rodei. A mais pura e cruel das verdades amiguinhos, mas no Rosário o povo roda no terceiro ano.
Mas por que mesmo eu lembrei de todo meu sono escolar? Ah sim, por causa do T9 de ontem. Ok, era 17h30 da tarde, fazia aquele tempinho cretino à la London e o bus estava quentinho. Quentinho gostoso, não aquele calor de suar o bigode que sentimos ao entrar nos lugares que utilizam ar-condicionado marcando 30º graus no inverno. Para começar bem, a cobradora estava dormindo. Pobre tia, ficar parada ali deve ser um saco. Tédio mortal. O problema é que a roleta precisa ser liberada, foi mals, tive que dar uma respirada mais profunda, fazer aquele "cof-cof" simpático. Milagrosamente, após girar a catraca, consegui um lugar para descansar o corpinho. Na janela!Incrível!
Péssimo. Um polaco sonolento senta-se ao meu lado. Eu nem tinha percebido que o cara estava com sono, até a primeira "roçada" na minha perna. Até aí, tudo certo. Mas ele tinha um distúrbio. Certamente, trocou o amolecer de pescoço pela abertura de pernas. A cada "pescada", uma roçada. E assim eu fui, da Encol até a Puc. Não foram 1, nem 2, nem 3 vezes! Eu juro, senti muita vontade de dar um tapa na cara dele.
Não costumo ser TÃO agressiva assim, sequer já dei um tapa na cara de alguém, acho isso horrível, mas que deu vontade, deu. Já estava visualizando a cena, eu virando com tudo, enchendo a mão e dando uma na orelha do cara. Não sei como, me controlei. O espaço disponível para tal ato violento não era dos melhores. Mais fácil quebrar a mão que acertar o cara.
Sono é incontrolável, mas a minha perna não é encosto!Da próxima vez, ele que aprenda a malandragem do busão: óculos escuros e um autocontrole nos membros.
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