É inevitável começar sem o velho blábláblá sobre a minha ausência. Ah, seria muita cara de pau aparecer por aqui depois de um mês como se nada tivesse acontecido. Pois bem. Entre uma tendinite e muitos afazeres domésticos, o blog ficou para escanteio. E não foi só isso. Minha criatividade vem sendo consumida nos últimos dias. E o consumo foi tanto que cheguei a escrever sobre a própria dificuldade em ser uma pessoa criativa. UFA. Acho que agora vocês já podem ler meu post né? (Imaginem eu falando...uma palma aos que me aguentam)
Algumas "coisas" passam pela nossa vida. É...simplesmente passam. Já outras...causam um verdadeiro rebuliço. E foi assim no último domingo. Foi assim que eu me senti depois que as luzes do GNC nos lembraram que aquilo tudo era um filme. Foi assim que Cisne Negro trancou dezenas de respirações. Inclusive a minha.
Dizer que um filme é incrível, que a atuação da Natalie Portman é sensacional não vale nada. Nadinha. Porque não há o que falar, escrever ou pensar sobre um filme que - como escrevi recentemente no Facebook - atravessa a gente como o pedaço de espelho que sai do tutu da atriz. Foi essa a minha reação. Boa, ruim? Não sei...e, naquele momento, não sabia nem o que pensar. Não conseguia formular uma "opinião". Aliás, maldito hábito esse de formularmos milhões de teorias e opiniões a respeito dos filmes. Quem inventou essa historinha de ter que tecer algum comentário hein? Ai tá, é só pra interagir com o companheiro de sessão. OK.
Eu sei que, antes de comprar meu ingresso e minha pipoca, eu já tinha lido inúmeras críticas e comentários. Sabia da indicação X e do prêmio Y. E resolvi tirar a prova. Pois a Natalie, que já era uma das minhas atrizes preferidas, principalmente pela beleza, se deu bem. E digo assim porque um roteiro desses é um presente para qualquer ator. Poder deixar transparecer seu lado mais maligno deve ser extasiante! É, mesmo assim, ela não é qualquer atriz.
Mas, afinal, qual era a minha grande leitura do longa? "Tant pis" diriam os franceses. O bom MESMO foi sair do cinema com a pipoca embrulhada no estômago, com as pernas bambas, de medo. E medo de gente, de ser humano. Medo dos nossos sentimentos e instintos mais secretos.
E digo tudo isso, escrevo com entusiasmo, principalmente pela capacidade surpreendente do filme. Quando a gente pensa que já conhece todos os enredos possíveis...eis que alguém resolve revelar o lado sombrio do, agora imaginem, balé. E a vida é assim.
Agora já nem sei de mais nada. Só sei que passar por uma experiência dessas é bom demais. Uma boa sacudida sempre faz bem, sobretudo quando reforça o que a gente vem digerindo há algum tempo. Não que eu vá revelar meu lado obscuro. Ele está aqui há tempos...paradinho (MUHA-HA-HA). Mas, reafirmei o que eu já tinha descoberto há alguns meses: tudo está dentro da gente. Então, vamos lá. Chega de esperar pelos outros, de culpar fulano ou cicrano. Calce a sua própria sapatilha e coragem. Porque ser a rainha do lago só depende de você.
Ai, fui quase a tia Xuxa agora...