Depois de um feriado nublado e, ainda assim, maravilhoso na terra das pessoas bronzeadas, posso voltar ao mundo real. E volto justamente para relatar uma das minhas experiência em solo carioca. Não, eu não vou contar sobre nenhum assalto, nenhuma bala perdida, nem vou falar sobre as festas, os corpos sarados - que eu pouco vi embaixo de tanta roupa - o melhor temaki do mundo, o pós-noite na Guanabara e a chiadeira que deixa qualquer um doido, em ambos os sentidos. (hoho) Vamos ao que interessa, ou pelo menos ao que eu acho que interessa. A Parada Gay 2010.
Bom, aí já cometo o primeiro erro, pois agora é orgulho GLBT. As variantes são muitas, a sigla aumentou. Antes de qualquer papo sério, preciso confessar: fiquei um pouco deprimida. Estava chovendo, eu sei, chuva e Rio de Janeiro não é um combinação muito agradável, ainda mais sendo aquela garoa fininha, fria e que molha demais. Mas, por favor, não foi a chuva que me deixou com vontade de chorar em plena festa dos coloridos. Foi um problema muito maior: a feiura do ser humano. Excluo aqui todas as drags lindas e chiquérrimas que se puxaram na produção. Pronto, agora já tem um monte de gay indignado por aí me acusando de preconceituosa. Aí que está. Por um acaso da vida, era a festa do orgulho homossexual, mas poderia ser qualquer outra junção de pessoas. Sério mesmo, se havia alguma possibilidade dessa pessoa que vos escreve passar o carnaval em Copacabana, essa foi totalmente eliminada no último sábado. Deu vontade de chorar, juro. Ah, até perdi o foco do meu post. Eu queria mesmo era defender o direito do livre arbítrio, da individualidade e de todas as questões que envolvem a opção sexual de cada um. Peço desculpas, foi mais forte do que eu.
Ok, não vou me deixar abalar por tanto cabelo feio e tanta boca desdentada. Eu queria mesmo era entender as pessoas que se dizem livres de preconceitos sabe. Aquelas que vão a eventos como esse, acham graça das fantasias, batem palma, riem, defendem que cada um cuide de si, afinal de contas eles não fazem mal a ninguém não é mesmo (????), maaaaaaasss, e sempre tem um porém, não aceitam que essas mesmas pessoas andem com seus parceiros, namorados, companheiros, de mãos dadas. Vejam bem, eu disse MÃOS DADAS. Não vou ficar argumentando, até porque entendo em partes, tem toda aquela história da falta de costume, de ser algo que foge ao "natural". A pessoa pode morar em uma cidade onde todos casam virgens e nem heteros se beijam na boca, vai saber né, mas minha gente, estamos em 2010. E sentir-se agredido com a felicidade alheia é demais.
Evidente, existem aqueles que extrapolam, como sempre. Como tinha também aqueles quase pelados na passeata de sábado. Porém, pessoas sem noção existem em tudo que é forma de DNA. Pode ser homem, negro, branco, mulher, velho ou jovem, se agarrar na rua é horrível sempre.
Voltando a um dos meus focos, conheci, durante o pouco tempo que com minha sombrinha estive no calçadão, a Igreja Cristã Contemporânea e achei a ideia primorosa. Já que a casa do tio Bento não os aceita, que sejam criadas novas sedes para o encontro com a espiritualidade, onde a sexualidade não influencie na reza. Afinal de contas, gay é ser humano. E é isso que as pessoas esquecem.
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