sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ainda bem que são secretos

Se os sonhos revelam os nossos desejos mais profundos, eu já quis cometer muitos delitos, comer até explodir, dar um beijo proibido, aliás, vários. Já tive vontade de espancar alguém até sangrar - eu sei, essa é forte, esqueci de dizer que o blog é para maiores - de fugir de casa, cometer uma loucura de amor, ser loira, colocar silicone e até raspar a cabeça.
Se os sonhos refletem nossas maiores vontades, eu já quis pegar todo o elenco global e hollywoodiano (tá, esse é meio sem graça...eu e a torcida do Flamengo sonhamos isso), já tive vontade de largar tudo e ser hippie, quis ganhar dinheiro fácil e sem esforço, quer dizer, em partes...se é que vocês entendem. Eu já fui a pior das espécies.
Se eu me envergonho? Sinto remorso? Não. Talvez um pouco de medo, não é fácil descobrir que não somos perfeitos, que não estamos sempre felizes, sorridentes e com vontade de bancar a miss simpatia. E ainda bem que somos assim!
Tirando a Little Miss Sunshine, ninguém pode viver em constante felicidade e empolgação. Todos temos um lado ruim. Desejos insanos, impossíveis. Veja bem, não estou dizendo pro povo sair por aí extravasando o pior da sua personalidade. Viver em sociedade é isso, tel a tal da moral, a tal da ética e ainda por cima os bons costumes...um monte de regras e gente para nos vigiar....
É, ainda bem que existem os sonhos...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O suspiro

Revirou os olhos e a mão se abriu.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Até a próxima parada

Os cabelinhos curtos, mechados e brilhosos ficaram de pé e a mochila pesou. Por sorte, ainda existem cavalheiros, cavalheiros de camisa xadrez e boné.
- "Quer que eu segure?"
Uma simples frase, que provoca um sorriso e um triângulo amoroso no D43.
O bigode infame ao lado do boné gentil, daqueles que só o Cauã fica bem e em novela das 21h, dá início à troca de olhares. Ele olha para as partes menos decentes daquele sorriso, pois são aquelas que enxerga sem fazer esforço. Os cabelos contrangidos olham para cima, para baixo, para a janela, para o lado. E o boné? Esse é gentil e todo gentil não sabe para onde olhar. Ele não entende o sorriso malicioso que escapa ao canto dos lábios do bigodinho e não quer contranger ainda mais aquela que já está em pé.
O triângulo continua, o sorriso que tomava conta de um canto, agora invade o corpo do malandro, sim porque até os braços dele riem. A blusa rosa já não sabe mais onde colocar as mãos, o que fazer com a boca. Enquanto isso, a camisa xadrez balança ao som de alguma música do Green Day.
Alguém resolve seguir seu rumo, ela pode finalmente sentar. Não antes sem dizer tudo através do olhar para aquele que a ajudou com a mochila.
Mas, não era assim que estava planejado...agora ela não conseguia dividir o silêncio com mais ninguém. Sem problemas, as mulheres são espertas. Ela troca de banco. Agora sim! Está na diagonal daquele que a fez sorrir e já não pode ser vista por aquele que a fez ficar com a cara mais amarrada.
E os cabelos começam a ser analisados - o velho truque da ponta dupla - tocados...e então...chego ao meu destino. Destino sempre igual, ali onde outros gentis cavalheiros aguardam sua mocinhas indefesas. A cada degrau acredito um pouco mais no amor, aquele à primeira vista, aquele pelo qual não temos como lutar. Ninguém me espera. Sigo indefesa mesmo assim.
E tento andar até meu prédio pensando que sim, tudo é possível, pode acontecer na próxima esquina. O vento cortante da primavera dá um clima de clipe musical e, toda inspirada com o meu IPod, passo por 2 exemplares da espécie masculina. E então, toda cheia de mim e de amor pra dar, TROPEÇO. Quebro o silêncio da maneira mais Júlia de ser...o sapato cai do pé e eu dou risada da própria desgraça...
Porque eu não nasci para esse mundo de romantismo, definitivamente.

"Eu voltei e agora é pra ficar...

O Twitter estava ficando pequeno. Descobri que a minha ansiedade em falar pode ser resolvida através da escrita, o que na verdade eu sempre amei. Sempre, desde que aprendi a juntar as letras e criei histórias mirabolantes que valeram muito "MBs" no boletim do ensino fundamental.
O petite passou um tempo abandonado, principalmente durante o período em que estive em solo parisiense, naqueles meses de 2008 e 2009. Paradoxal? Jamais. A cidade luz deixa qualquer um sem palavras. Engasgado.
Relendo alguns posts, descobri que este humilde blog ganhou uma sobrevida durante algum tempo, mas as aflições de uma readaptanda da província do sul foram mais fortes.
Agora, depois de 1 ano e alguns dias, alguns meses de terapia e uma formatura com data marcada, resolvi voltar.
Voltei e aqui meus pensamentos devem permanecer por um bom tempo. Resolvi falar, me abrir para além da poltrona que me conforta durante 50 minutos às segundas.
Quem sabe se alguém vai ler...quem sabe. O importante é aproveitar as maravilhas da tecnologia. Agora vou reler os posts antigos, porque tem uns textos tão legais que nem eu acredito.
É... bem que alguma vez alguém me disse: Júlia, acredita no teu potencial. Resolvi acreditar nesse conselho.
Em breve uma crônica de 10 minutos emocionantes vivenciados no ônibus...
...Porque aqui é o meu lugar" (ok, podem chorar agora)